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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

A vida é feita de etapas, escolhas e caminhos, certo?

Pois, por aqui uma nova etapa vai começar. O Miguel está de regresso a Portugal no inicio do mês.

As saudades tiveram um peso enorme na decisão.

Dos quase 3 anos o balanço é muito positivo. Parte dos nossos objectivos foram cumpridos.

Da minha parte ficarão memorias fantásticas e aventuras inesquecíveis. Foi uma agradável surpresa descobrir que o país que eu imaginava feio, velho, sujo e pobre e inseguro afinal não o era. Constatei que a ideia que eu tinha é a ideia da grande maioria das pessoas. Raramente a reacção das pessoas quando sabem que ele está em Marrocos não é "credo", ou " Que horror". Estão tão erradas. Não digo que não haja zonas que não sejam inseguras e menos limpas, mas não é uma constante.

Vou ter saudades do transito louco sem regras (não que não existam), do calor, da comida divinal deste restaurante ,das ruas estreitas como se fossem labirintos, das cores das especiarias, dos gatos de rua, dos mercados repletos de cor e das compras especialmente desta loja  

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Depois de combinar a hora e o local de encontro com a m-M o Miguel decidiu que iríamos de metro. Confesso que não achei lá muito boa ideia, mas acabei por ceder.

Já lá dentro procuramos uma bilheteira para comprar os bilhetes, mas visto não haver, a única alternativa foi ir às maquinas. Havia 2 opções , penso que uma era "comprar bilhete" e outra "recarregar bilhete". colocámos o dinheiro e carregamos em comprar bilhete 2 vezes. Saiu apenas 1 e toca de meter mais dinheiro e carregar em apenas 1. Desta vez saíram 2. 

Vimos qual era a linha e lá entramos. Já em andamento apercebeu-se que teríamos de sair e passar para a outra linha.

Passo o meu bilhete, aquilo abre e passo para o outro lado. O Miguel passa o bilhete e aquilo não abre. Mais uma tentativa e nada. Não havia alternativa se não ir comprar outro bilhete. Haver havia bastava recarregar e a viagem ficaria bem mais barata.Na altura não se lembrou. Acabámos a viagem com 4 cartões "Viva Viagem". Menos mal que são da minha cor preferida.

Isto é o que faz os pacóvios da aldeia irem até à capital e andarem de metro.

Na viagem de regresso não arriscámos e viemos de táxi.

 

Ontem aqui em Marrocos foi feriado, dia da Independência, mas o Miguel optou por ir trabalhar para poder tirar o dia de sexta e termos um fim de semana maior. 

De todas as vezes que visitei o país senti-me segura, mesmo quando saí sozinha por isso todos os dias em que o Miguel está trabalhar eu tenho aproveitado para passear.

Da janela do apartamento vi a grande movimentação junto ao estádio e resolvi que era para lá que iria. Sabia que eram doidos por futebol, a grande maioria das vezes havia desacatos, mas como tinha ouvido dizer que o Rei iria lá estar achei que não seria arriscado. Roupa discreta, calçado confortável e maquina fotográfica na mão lá fui eu a caminhar durante alguns quilómetros. Com o céu azul, sol, muitos espaços verdes bem cuidados o passeio era agradável. Durante as minhas estadias nunca me apercebi que algum homem se tenha metido comigo ou feito algum comentário, mas ao longo daquele passeio apercebi-me de alguns. Até chegar ao estádio e apesar de caminhar lado a lado com centenas de homens não me senti insegura e não era alguns comentários que me iam fazer voltar para trás. Ainda assim mentalizei-me se houvesse algum problema tinha sempre a policia para me proteger. De poucos em poucos metros havia policia portanto estava safa. Não foi preciso recorrer a eles e não sei se o conseguia fazer quando passei junto às roulotes de comida e fiquei rodeada de homens. Nesta altura fiquei um pouco receosa, ainda mais achava que era a única mulher por aquelas bandas. Mais tarde vi apenas uma dúzia delas. A única explicação que encontro é que as mulheres não gostem de futebol, uma vez que aqui elas têm os mesmos direitos que os homens (claro que haverá excepções, tal como em Portugal). Quando me vi menos rodeadas de homens tirei algumas fotos ao estádio, às claques e a algumas motoretas com nomes engraçados (Ronaldomotorcycle). Adoro tirar fotos, mas há algumas regras que impus a mim mesma.  Não tiro fotos quando estão a rezar e olhem que por vezes são às dezenas por aqueles relvados enormes e nos sítios mais estranhos, não tiro fotos às mulheres com burka, nem à policia. 

Adoraria ter ido ao futebol, mas achei que poderia ser um risco demasiado grande. Os atentados em Paris tão recentes deixaram-me insegura no meio de muita gente. À partida e sendo verdade que o rei estaria no estádio não haveria problema, pois os marroquinos adoram-no, mas decidi que estava na hora de regressar a casa.

Ouvi algumas buzinadelas, algumas palavras que não entendi, alguns sorrisos, mas o percurso foi tranquilo sem problemas. Bem...quase.

O transito é uma loucura especialmente nas rotundas e aproveitei para descansar um pouco numa perto de casa. Sentada num dos muros, maquina fotográfica preparada vejo um camião com varias pessoas penduradas na porta traseira, coisa habitual, diga-se. Tirei algumas fotos e quando as pessoas saltaram para o chão, porque segundo me pareceu o camião não ia para onde eles queriam  decidi gravar as varias tentativas de saltarem para outro. Não estava muito perto e só me apercebi que era miúdos quando atravessaram a estada e encaminharam-se mais perto da zona onde eu estava. Foi nessa altura que vi que um deles tinha  cara tapada com uma mascara usado pelo grupo anonymous e foi nessa altura que ele me viu. Disfarcei o melhor que podia que estava  tirar fotos a vários sítios quando o vejo a barafustar junto a mim, não só ele mas o grupo todo. Vi-me rodeada de 7 fedelhos, um deles furioso que continuava aos berros e eu apesar de não perceber nada e estar assustada faço-lhe o gesto a perguntar o que se passava. Confesso que achei que estava tramada, que me tinha metido em sarilhos e que ou ficaria sem a minha querida maquina ou levava um enxugo de porrada. Embora me tenha mantido firme e não ter mostrado medo o que é certo é que estava em pânico e a tentar pensar como sair daquela situação. Tinha visto um segurança de um dos estabelecimentos bem perto e não mexeu uma palha para me ajudar, as varias pessoas que ali estavam idem aspas aspas...

Finalmente apareceu um senhor já com alguma idade. Não sei o que falaram,  imagino que tenha dito para me deixar em paz, mas percebi que o outro fedelho de mascara continuava a dizer que eu tinha tirado fotos. Ao fim de alguns minutos um do grupo faz um gesto a pedir desculpa e o outro segue o seu exemplo. Foram embora e eu também, mas antes agradeci varias vezes ao meu salvador.

A caminho de casa lembrei-me desta situação caricata . Até à data tenho tido sempre alguém que me safa.

Seja lá como for daqui a nada vou dar mais uma voltinha e seja o que Deus quiser. 

Ah continuo a gostar desta cidade e mudaria para cá sem hesitar.

 

Em relação à navalha?

A policia olhou para ela devolveu-lha e mandou-o seguir.

Claro que preferi assim, mas comentei com o Miguel como era possível eles deixarem passar aquilo e não ficarem com ela? Lá viram que ele era um tipo porreiro, certamente.

Através dos bilhetes vimos que tínhamos de nos dirigirmos para as indicações RSU, mas tudo ia dar a essa zona. Bem aquilo é que foi subir e descer escadas rolantes até ir parar ao metro. Vários minutos depois (bastantes) lá chegamos à zona pretendida.

Estávamos com fome e atacamos umas belas sandes de presunto. O preço é que não foi belo (25, 75 euros). Se já tinha achado as pizas caras, em relação às sandes achei...uma roubalheira. Comer no aeroporto uma coisa simples é quase o mesmo que comer um prato num restaurante famoso em termos de preço.

Depois de umas 2 horas de espera entramos no avião e mais uma vez não tínhamos lugar juntos.(o ano passado também não tivemos) Para a grande maioria das pessoas esta situação não seria um problema, mas aqui para a menina é um problemão. Necessito da mão do meu mais que tudo para me acalmar. Vários casais estavam na mesma situação e com algumas trocas acabámos juntos.

Não gosto de andar de avião, custa-me respirar e não consigo arranjar posição confortável para dormir. 9 horas após a descolagem lá aterramos nós em Cuba.

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Sandochas de presunto e eu a digerir o preço delas

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Uma forma de passar o tempo

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Já dentro do avião. Aquele sorriso? Medo, muito medo

 

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Cansadita na chegada a Cuba

 

 

 

 

 

 

 

Há umas semanas começamos a planificar as nossas ferias. O país já estava escolhido há muito, assim como a data, faltava escolher hotel e decidir se partíamos de Portugal ou Madrid.

Nesta matéria das escolhas dos hotéis admito que a parte pior fica para o Miguel. Não tenho paciência para comparar preços, comodidades e afins. Quando o Miguel consegue reduzir o numero para 3 passa a "batata quente" para mim e eu faço a escolha. A parte da marcação da viagem e hotel deixamos para as agencias de viagem. O ano passado marcamos as ferias através de uma agencia espanhola e este ano antes de o fazer novamente  pedi orçamentos a varias agencias portuguesas. Gostaria de contribuir para ajudar o que é nosso, mas a diferença de preços rondam os 500 euros (comparação de hotéis, regime e datas iguais) o que por mais boa vontade que tenha não o posso fazer. Dinheiro esse que dará para fazer alguma excursão no país.

Contactamos a tal agencia espanhola  e passado pouco tempo pedimos para fazer a reserva. O ano passado estávamos na expectativa se iria correr bem todo o processo, pois era a primeira vez que íamos trabalhar com eles e eu sou sincera, gosto de estar cara a cara com as pessoas (não que isso sirva de muito quando as coisas correm mal). Correu muito bem e este ano não tivemos essa ansiedade.

 A ultima viagem saímos de Lisboa, mas este ano a coisa sai mais em conta saindo de Madrid. Ora como não gostamos de stress (como se eu não vivesse num stress constante) e não queremos perder o avião iremos no dia anterior e assim temos algum tempo para visitar a cidade.

Desta vez quisemos ser nós a fazer a marcação do voo de Lisboa para Madrid e do hotel para passar a noite.

Foi preciso muita pesquisa de voos para que os horários dessem, especialmente na vinda de Madrid para Lisboa. Confesso que tive alturas em que pensei "mais valia pagar mais e ser a agencia a fazer esta procura", mas agora que tudo está reservado e penso que poupei pelo menos 500 euritos sinto-me bem.

Agora falta o relógio andar rapidinho para chegar ao dia 19 de Junho e poder abraçar o Miguel e depois chegar o dia 23  e partirmos para Madrid e no dia seguinte para Cuba.

Este ano se tudo correr como planeamos iremos realizar um sonho que há muito ansiávamos. Conhecer o país de Fidel Castro.

 

 

As mudanças, sejam elas no que for normalmente geram stress, medos, ansiedade e muita chatice. Pois nestes últimos 5 meses a minha vida está repleta destes sentimentos e de muita, mas muita chatice e percalços. Felizmente que este dois pontos nada têm a ver com a viagem do Miguel, mas sim da minha mudança de casa. Sim, sim aqui a "Je" mudou de casa, mas isto é outra história que dará pano para outros post para mangas.

E claro que a minha falta de posts e de visitas nos blogs que gosto se deve à falta de tempo e à "morte" temporária do PC, que resolveu dar-lhe o fanico na pior altura.

Para descansar os neurónios, que estavam a dar as ultimas nada melhor do que uma semanita de férias em Marrocos. A viagem já estava comprada desde julho, mas não podia ter vindo em melhor altura.

Pois, é estou por terras marroquinas e junto ao meu amor.

Não me recordo se no antigo blog eu tinha referido o meu medo de andar de avião, mas isso não impedimento para vir até cá. Confesso que quando vi o aviãozito a hélices não me senti lá muito segura, mas a viagem correu maravilhosamente bem. Certo que o sedoxil deu uma ajudita e até me ajudou a dormir numa viagem que durou cerca de 1 hora e 15. Isto apesar do avião fazer uma barulheira terrível, tanta que até deram uns tampões para os ouvidos. Os meus serviram para descontrair enquanto os ia amassando com os dedos. Fazem lembrar as gomas e só não os coloquei na boca com medo de adormecer e me engasgar.

Já no aeroporto de mala na mão a caminhar para o Miguel acredito que quem olhou para os nossos sorrisos viu amor, paixão e muito desejo.