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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Não gosto de monotonia e ando sempre tão eléctrica que costumo dizer que durmo ligada à corrente, tal é a minha energia, mas neste momento necessitava de desligar essa "corrente" e não posso.

As obras da casa estão a deixar-me louca cansada e sem tempo para fazer o que gostaria.

Não tenho tempo para o meu blog, nem para o blog clube dos gatos. Não tive tempo para ir a este encontro que tanto gostava. Não tenho tempo para visitar os blogs que tanto gosto. E não tenho tempo para estar de papo para o ar no sofá.

Nas semanas anteriores a minha vida esteve repleta de tintas, azulejos, mudanças de morada e parece que assim vai continuar nos próximos meses tempos.

Ah e o pedreiro? 

O homem vai fazer com que eu rebente de stress.

5 da manhã e aqui estou eu sem sono, com uma irritação enorme e a pensar no que fazer para mudar a minha maneira de ser e ter uma vida com uma melhor sanidade mental. Sempre fui ansiosa, sempre fui stressada (odeio que mo digam) e nunca consegui viver a pensar apenas no hoje. Há anos que venho tendo consciência que esta minha maneira de ser me destrói, me inferniza, me faz entrar em "parafuso" e não me deixa viver a vida como a deveria viver. Muitas vezes dou comigo própria a dizer-me "Joana Maria mas de que raio te queixas tu? Quantas pessoas gostariam de ter a tua vida? Vive a vida e não penses tanto nas merdas."

Para passar o tempo andei a vasculhar num antigo blog que acabei por deixar ao abandono. Não o abandonei por não gostar, mas porque surgiu uma vontade enorme de criar"oimpossivel" (quem o conheceu sabe o quanto me diz muito) seguindo-se o actual com a nova etapa das nossas vidas ( inicio de uma vida fora de Portygal)). Continuando com o vasculho do meu antigo blog tive a prova que por mais que tentemos há coisas que nunca mudam.

As próximas linhas foram retiradas dele e foram escritas em 2013, mas reflectem bem como eu era e como continuo a ser. Ao le-las revi-me nelas e a única diferença é que as guerras entre os papás, o mano e a cunhada acabaram e saúde da filha felizmente voltou ao normal, apesar da relação dos dois ser exactamente igual ( praticamente inexistente).

"Sexta-feira, 19.07.13

Acordei a pensar que tenho de fazer algo por mim, ou melhor pela minha saúde.

 

Isto de passar parte da noite acordada a pensar em problemas que podem não existir, pensar no trabalho, pensar que este ou aquele precisa da minha ajuda, pensar que há pais que não merecem ser pais e pensar que amanhã tenho isto e aquilo para fazer tem de acabar.

 

Tenho a cabeça pesada e parece que fui atropelada por um camião. Não que alguma vez tenha sido (felizmente), mas imagino que doa o corpo todo.

 

Como não tenho nenhum botão para desligar estes meus estados quase diários vou ter de colocar metas.

 

Sim, porque mudar não vai ser tarefa fácil, eu diria até que me parece uma tarefa impossível.

 

Para o resto do mês preciso de conseguir:

 

-Descontrair e viver a vida sem stress;

 

-Deixar de vir para casa martirizar-me porque não consegui cumprir o meu plano mental no trabalho;

 

-Deixar de fazer plano mental para cada dia de trabalho (a grande maioria das vezes sai furado);

 

-Deixar-me de martirizar quando não consigo fazer o que este ou aquele idoso me pede. Afinal não sou a Madre Teresa de Calcutá e nem tudo o que nos pedem nos compete ou podemos fazer (esta vais ser difícil);

 

-Não antecipar os problemas, pois a grande maioria das vezes sofremos sem motivo;

 

-Ser menos pessimista;

 

-Evitar estar no meio da guerra familiar e querer a todo custo unir a família. Cansa e desgasta ouvir as 2 partes, ou melhor as 3 partes (pais, irmão e cunhada ou melhor ex. cunhada). Cada um tem as suas razões, mas são tão casmurros que só sabem "disparar" uns contra os outros;

 

-Deixar de pensar que "aquele" pai deveria preocupar-se e querer saber o estado de saúde da filha (esta é a mais difícil de engolir);

 

-Deixar de fazer planos.

 

Não será fácil cumprir estas metas, mas sei que para a saúde e para a minha sanidade mental vou ter de o fazer."

Uma gaja sente que está inspirada e decide que é o dia ideal para ir comprar um biquíni e depois de experimentar mais de 20, chega a casa sem nenhum.

Porquê?

A- O corpinho de antigamente em que tudo caía como uma "luva" já não é o mesmo?

B- Os padrões fazem lembrar as fruteiras?

C- Os modelos não são bonitos?

D- É cínica e não quer gastar muito dinheiro?

E- Andava muita gente às compras e ficou sem paciência?

F- As funcionarias das lojas não foram prestáveis e estragaram-lhe o dia?

 

Quem acerta?

Tal como eu previa a minha semana não tem sido nada fácil. Certo que a cirurgia da minha mãe aparentemente correu bem e apesar de apenas sabermos o resultado da biopsia em Março, estou esperançosa que não seja nada de grave.

Quanto ao meu electrocardiograma o diagnostico refere causas inexplicáveis e a medica acha que deverá ser do meu sistema nervoso, ainda assim segue-se prova de esforço, holter e ecocardiograma bidimensional. Acredito bem que a medica tenha razão, pois os meus níveis de ansiedade e nervosismo estão nos pícaros. Estas situações e o meu trabalho fazem-me andar sem vontade para nada  e com um desanimo enorme.

Quanto à filhota foi detectado hipotiroidismo. Felizmente já a vejo sorrir a voltar ao normal. Vê-la ansiosa, ouvi-la  dizer que não se sentia bem, mas não sabia explicar o porquê  deixava-me de coração apertado.

 Sei que tudo vai voltar ao normal, que esta fase "escura" vai desaparecer e que eu voltarei à mesma Joana de sempre.