A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
Esta manhã sai do emprego e passei no hipermercado. Tinha umas compras para fazer e preferia faze-las antes de dormir do que ter de sair de casa depois.
Comprei o que tinha a comprar, aliás comprei mais do que tinha pensado, mas isso já vem sendo habito e vou para o carro. Chego perto e vejo um risco que não existia antes e penso " algum ranhoso avantajado não cabia e bateu com a porta". Carrego no comando e não abre. Insisto e nada. Meto a chaves na fechadura rodo para um lado, rodo para o outro e nada. Pensei "Ok vi-me livre do outro que me dava tantas chatices e agora é este que me vai infernizar a vida." Coincidência do caraças, mas no dia anterior eu e o Miguel tínhamos estado a falar do carro e ele tinha-me perguntado se a porta fechava bem. A brincar tinha-lhe dito que nem que fosse a pontapé ela iria fechar. E agora não abria?
Além de fazer contas à vida pensava no que iria fazer. A única alternativa era chamar o homem das chaves. Já via euros a sair da carteira quando vejo um homem ao meu lado a dizer-me "desculpe". Felizmente antes de eu lhe dizer "deixe-me em paz" o homem diz-me "esse carro é meu."
Por momentos achei que o homem estava louco...o carro é meu? Só podia estar parvo. De repente olho para dentro do carro e vejo que está mais sujo do que quando sai de dentro dele. Olho para o lado e vejo um igualzinho ao meu. Ai santíssimo sacramento que se eu tivesse um buraco tinha-me atirado lá para dentro.
O homem sorria e eu com cara de parva pedia desculpa e dizia "oh, ali está o meu".
Acredito que haja pessoas internadas com mais lucidez que a minha.
Não te ponhas a pau, Joana que por este andar ainda és internada no Júlio de Matos.
Ultimamente surgiu-me no pensamento que devo ter algum tipo de fetiches por pés, os meus pés, diga-se. Este pensamento vem no seguimento de algumas situações humilhantes e caricatas relacionadas com esta parte do corpo.
A cena aqui http://marrocoseodestino.blogs.sapo.pt/desta-vez-nao-foram-os-ciumes-mas-o-20921 explicada teve a ver com pés, depois recordei-me que há uns anos sai de casa toda bem vestida e fui até ao banco fazer um deposito. Já lá estava há bastante tempo quando olho para os meus pés...os meus olhos arregalaram-se e a minha cara ficou vermelha como um tomate (bem maduro). Então não é que eu tinha calçado uns chinelos velhos de andar no pátio e que estavam todos roídos do meu gato?
Sai de lá rapidamente não fosse alguém achar que estava perante uma louca acabada de sair do manicómio e chamasse a policia.
A outra situação não menos humilhante passou-se num café.
O maridão tinha um jogo de snooker e eu vesti-me impecavelmente para o acompanhar. O local não era nenhum café que costumasse frequentar, por isso apenas conversava com o maridão nos intervalos dos jogos. Depois de algumas horas de jogo chegamos a casa e a primeira coisa que fiz foi descalçar-me. Como tinha um roupeiro na entrada era ali que guardava-mos o calçado. A primeira bota já a tinha descalçado e lançado para dentro do roupeiro (confesso que não era muito arrumadinha no calçado) quando pego na segunda e penso "oh diabo esta bota não é igual á outra".
É como muita vergonha que vos informo que sai de casa com duas botas completamente diferentes. Uma em pele, bicuda e salto fininho, a outra em camurça, redonda na frente e com salto mais grossinho. Apenas a altura era a mesma, para meu azar.
Devo dizer que nunca mais lá entrei, tal é a vergonha. Parece-me impossível que ninguém tenha reparado na minha triste figurinha.
Perante estas situações pergunto-me a mim mesma se terei realmente um fetiche pelos meus pés ou se o meu estado de loucura se começa a manifestar e necessito mesmo de internamento?