A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
As coisas que se podem descobrir quando preparamos as facturas para o IRS dos nossos pais!
Estava eu a tratar das facturas pendentes quando me apercebo que os meus velhotes de mais de 80 anos continuam a fazer sexo. Se sempre tive dificuldade em imagina-los nessas andanças, neste momento encontro-me de olhos arregalados e de boca aberta.
Felizmente vi que a factura tinha descriminado "lubrificante Durex" e não lhe perguntei que produto era aquele para não ter receita medica. Digo felizmente, porque iria ser embaraçoso, uma vez que sexo nunca foi tema debatido lá em casa.
Depois de uma conversa com um familiar sobre o podia ser considerado uma traição, o que não era traição, se se devia contar ao outro membro do casal a suposta traição, se não se devia contar e que todos os homens que emigram envolvem-se sempre com alguém, fiquei com vontade de saber a vossa opinião. Vejamos o caso:
Um casal toma a decisão de o membro masculino emigrar e passado alguns meses conhece e envolve-se com uma mulher e conta à respectiva esposa que se apaixonou e decide separar-se.
a) Deveria manter os dois relacionamentos sem nenhuma delas saber, mantendo assim as aparências?
b) Fez bem em contar a verdade?
c) Deveria ter procurado uma prostituta, pois visto os homens terem as suas "necessidades" procurando um serviço de prostituta não poderia ser considerado traição, mas necessidade de sexo?
d) Sendo prostituta ou não será sempre considerado traição?
e)Todos os homens que emigrem irão trair a esposa?
Em relação ao sexo costumo dizer que tudo é valido e primitido desde que os intervenientes sejam adultos e que estejam em sintonia.
Voltando ao texto...umas boas palmadas podem fazer milagres...
Uma colega perguntou-me se eu tinha ouvido falar do caso da criança de 12 anos que ficou grávida do padrasto. Confirmei que tinha ouvido falar e que na minha opinião compreendia que ela ficasse traumatizada fazendo um aborto, mas que achava que o trauma de ter a criança fosse maior. O que me disse a seguir deixou-me sem saber o que dizer.
-A minha filha também foi mãe aos 12 anos e não ficou traumatizada.
-A serio? Foi mãe aos 12? Tu estás a falar a serio?
Confesso que fiquei em choque. -
-Estou a falar a serio e não ficou traumatizada...
-Mas foi violada?
-Não, mas o namorado tinha 23 anos.
O facto de ter 12 anos e ficar grávida já é assustador, mas sendo violada ainda torna a situação bem mais grave e traumatizante. Certo que o feto não tem culpa, mas a mãe também não.
O meu choque ia aumentando enquanto me contava a historia da filha e a forma natural como falava daquilo ainda me deixava mais em choque.
Para me deixar ainda mais "abananada" diz-me " e qualquer dia sou bisavó. Arregalei os olhos " bisavó? Mas o teu neto trabalha?"
A conversa que se seguiu deixou-me a pensar se sou eu que estou louca ou se será ela.
-Não, ainda estuda...
-Ainda estuda? E achas que devia de ser pai?
-Então já tem 17 anos.
-17 anos, sem trabalho, mas quem o ia sustentar?
-Então tudo se arranja...
-Tu não podes estar boa da cabeça. Tu ficavas feliz se o teu neto fosse pai agora?
-Era uma historia bonita...
Como é que uma pessoa que vive com o rendimento mínimo e que precisa de ir buscar comida à cantina social pode achar natural uma criança de 12 anos ser mãe e um jovem de 17 anos sem emprego ser pai?
Digam-me sou eu que estou errada ou esta minha colega enlouqueceu?
O Miguel já me tinha falado de umas palavras portuguesas que não se deviam dizer em Marrocos, pois eram consideradas palavrões. Não era muito fácil evitar, pois é algo que todos nós dizemos e a coisa sai naturalmente. Refiro-me à frase "tá bom".
Pois bem aqui a menina, numa das noites que saímos e que o Miguel estava a estacionar numa das ruas estreitíssimas que existem na cidade, estava a dar-lhe as indicações para não bater na parede e digo alto e bom som "tá bom, tá bom".
Ele diz-me "esqueceste-te que não podes dizer isso aqui?"
Eu envergonhada, olhando para um lado e para o outro e não vendo ninguém digo-lhe " ninguém ouviu". Já a recompor-me oiço uma voz vinda de uma janela de um primeiro andar e vejo um velho a falar algo que não entendo e que imagino que me estaria a descompor. Se anteriormente tinha ficado envergonhada, naquela altura se tivesse um buraco tinha-me enterrado. Comecei a imaginar que entretanto sairiam pessoas dentro de casa e linchavam-me.
Afinal o velho apenas informou que estava a pintar as grades e que podia cair tinta no carro.
Quanto à tradução da frase e acreditando ser verdadeira, pode ter dois sentidos e não sei a qual deles se refere. Um sobre as pessoas palermas, aquelas que não sabem fazer nada e a quem chamamos con@#s ou poderá ser o nome que por vezes damos ao sexo feminino c@£na .
Seja como for o velhote devia de ter achado que eu estaria a insultar o Miguel.