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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Um destes dias fui ter ao hospital para acompanhar o meu sogro que tinha seguido de ambulância. Cheguei e estacionei o carro no parque de estacionamento a pagar. 5 horas depois resolvo vir embora uma vez que já tinha sido visto pelo medico e aguardava o resultado dos exames. Dirigi-me à maquina para pagar o estacionamento e cada vez que introduzia o ticket ele era cuspido com uma mensagem de erro. Tentei varias vezes sem sucesso e resolvo e outra maquina um pouco mais longe. Tive o mesmo problema e já desesperada carrego no botão das "informações". Ao mesmo tempo que do outro lado me atendem vejo que o ticket tinha sido validado. Explico ao senhor a dificuldade e agradeço. Já no carro e junto à maquineta introduzo o bilhete e dá a mesma mensagem de erro. Depois de umas 5 tentativas vejo que tenho 3 carros atrás de mim e começo a desesperar. O carro mais próximo de mim faz marcha atrás de forma a mostrar que também está impaciente e decido também fazer o mesmo e coloquei o carro de forma que os outro pudessem passar. Sai do carro e com o ticket na mão tento novamente. Nada, nadita. Resolvo então tocar no botão das informações. Sou atendida por uma alminha que me diz com maus modos "diga". Explico que tive muita dificuldade em pagar e validar e que agora não consigo sair. Diz-me com arrogância " a senhora tem trazer o carro até à saída". Respondo-lhe "eu sei que tenho e já lá estive, mas por amabilidade e porque tinha vários carro à espera resolvi sair". Com a mesma amabilidade antipatia diz-me "meta-se no carro para eu resolver o problema".

Achei que tinha de lhe responder na mesma moeda e digo-lhe "Então resolva lá o problema e abra a merda da passagem".

Não bastava eu ter lá estado uma data de horas e ainda tinha que levar com a má disposição da besta.

 

Hoje foi dia de ir a uma consulta de dermatologia no hospital. O sinal na perna que em 2012 foi visto pelo médico simpatiquíssimo cresceu e mudou de aspecto. Segui as indicações que me deu na altura e procurei a minha medica  que passou uma credencial para a consulta de especialidade. 4 dias após tinha a carta para ir ao hospital.

Cheguei e fui fazer a inscrição, aguardei que a maquina indicasse a quantia a pagar e dizia "isenta". Fiquei desconfiada que tivesse algo errado com o meu numero de utente. Na ultima consulta de oftalmologia também não tinha pago nada. A mensagem tinha sido a mesma "isenta". Ora das 2 uma, ou me passaram a considerar pobre ou havia mesmo um engano.

Depois da consulta dirigi-me ao balcão de atendimento para verificarem o que se passava.

Segundo a pessoa que me atendeu a primeira consulta de cada especialidade pedida pelo Centro de Saúde não paga taxas moderadoras. Informei-a que em 2012 já tinha tido consulta de dermatologia, logo não era a primeira.  Disse-me "Ah, mas isso já foi há muito tempo. A de hoje é como se fosse a primeira vez."

Continuo com a pulga atrás da orelha. Daqui a uns tempos são bem capazes de mandar a conta para pagar e acrescida de juros.

Ah, quanto ao sinal? Está tudo bem.

 

Quando a medica chegou, vinda não sei de onde perguntou à auxiliar " Já telefonou para o informático?

A resposta deixou-me de boca aberta " Não atendeu. Saiu às 5 horas".  Eu sabia que ela não tinha ligado, mas fiquei caladinha. Apenas queria ser consultada e ir embora daquele local que mais parecia um hospital de doidos.

-Saiu? Ainda à pouco tempo falei com ele.

Mandou-me entrar no consultório e diz-me " Estou a trabalhar à 2 dias e já estou de rastos. É impossível trabalhar assim".

Agarra no telefone, marca um numero e começa a bater com ele na mesa. Uma, duas, três e quatro vezes. Naquela altura tive a certeza que aquilo seria para os apanhados. Uma medica que me deu um puxão de orelhas sem eu ter alguma culpa, uma medica que berra, uma auxiliar que não faz o que a medica mandou e diz que fez e para finalizar ainda vejo a medica a bater com o telefone na secretaria. Só poderia ser para algum canal de TV.

Do outro lado da linha alguém falou e tive a certeza que estava a falar com o tal informático. Ora se assim era presumi que a auxiliar iria ter problemas com a mentira.

A medica irritada tentava provar ao homem que aquilo não estava a funcionar e que não podia sair do consultório de cada vez que tinha de chamar um doente. A irritação dela era evidente e via-se que aumentava. Vira-se para mim e diz-me " se faz favor chame-me a auxiliar".

Por momentos pensei em dizer-lhe "vá lá a Drª", mas levantei-me feito um cordeirinho e fui à procura dela. Encontro-a agarrada à esfregona e digo-lhe " a medica mandou-me chama-la. Deve de achar que sou filha dela ou moça de recados". Chegada ao consultório ainda está ao telefone diz-lhe "com que então já tinha saído? Engraçado estou a falar com ele". " Telefonei mas como ninguém atendeu pensei que tivesse saído às 5". A medica ainda lhe disse algumas palavras menos simpáticas, mas com razão, diga-se.

No final do telefonema diz-me que assim é impossível de trabalhar, que ninguém quer trabalhar e que a vontade dela é pegar nas coisas e ir embora.

Eu estava enervada e irritada com todas aquelas situações, mas tinha de dar razão à medica. Trabalhar sem condições e com pessoas que não se esforçam para que as coisas corram bem deixa qualquer um à beira de um ataque de loucura.

Quanto à consulta propriamente dita foi feita e com o diagnostico que estava tudo bem com os meus olhos. 

Sendo assim parece que vou ter de voltar à medica de família para me enviar a outra especialidade e ver se descobrem o porquê da visão turva e psicadélica.

 

Tenho andado ausente, não porque não me apeteça escrever, mas os meus horários, a estadia do Miguel por cá, a ida dele, as arrumações da casa, as dores de estômago e a ida ao medico têm-me deixado sem tempo.

Ontem foi dia de ida ao medico, não por causa do estômago, que vai-se recompondo aos poucos, mas devido à visão psicadélica .

Devo dizer que fiquei impressionada com a rapidez com que fui chamada ao hospital. 1 mês após a medica de família ter enviado a credencial fui atendida. Recordo-me de ouvir as pessoas falarem que estavam meses à espera por uma consulta. Das 2 uma, ou não há doentes ou há mais médicos.

Antes da hora marcada lá estava eu com a inscrição feita e mal me tinha sentado já estava a ser chamada. Fizeram-me os exames normais que fazem no oculista e mandaram-me aguardar  informado-me que me chamariam novamente pelo mesmo numero. Fui lendo uma revista e olhando para o ecrãn não fosse chamarem-me e eu não ver. Creio que uma meia hora depois entra na sala de espera uma medica, com sotaque estrangeiro e pergunta, com voz irritada pelo numero 0666. Ninguém se acusou e ela diz " Não estão atentos?". Novamente não se ouviu ninguém e ela com a voz ainda mais irritada pergunta " Quem é a Joana Maria?". Ora Joana Maria era eu, mas não era o numero que ela tinha chamado, mas ainda assim levanto-me e digo "Sou eu". Nem me deixou acabar e diz-me em tom autoritário " Não está atenta ao ecrãn?". Em espaço de segundos pensei "Ai santíssimo sacramento que isto vai correr muito mal".  Respirei fundo e disse-lhe que apesar de me chamar Joana Maria não tinha o numero que ela tinha chamado e mostro-lhe a senha. Manda-me entrar para um corredor onde estão os gabinetes médicos e começa aos berros a chamar o nome de alguém. Deduzi que seria alguma auxiliar ou enfermeira. Depois de varias tentativas frustradas e aumentando o volume lá diz alguém "ela já foi embora".  "Então venha cá você".

Naquela altura recordei-me da minha consulta de dermatologia no mesmo hospital e ao comparar o momento achei que tinha o condão de trair médicos tão simpáticos .

A auxiliar aproximou-se com cara de que não lhe apetecia nada e pergunta-lhe o que se passava. 

- Telefone para o informático e diga-lhe que o numero que eu chamo no computador não é o mesmo que aparece no ecrãn.

- Mas já se telefonou e o problema é da maquina onde se faz a inscrição...

-Não quero saber. Telefone e fale com a pessoa.

Vira as costa e vai embora. Eu ali fico no corredor a barafustar coisas do género "isto vai correr muito mal", "a mulher é doida", " acordou mal disposta e eu é que vou pagar". A auxiliar sorri para mim e faz sinal como quem diz "haja paciência".

Pensei que ela iria pegar no telefone e fazer o que a medica lhe tinha ordenado, mas pegou na esfregona e continuou na limpeza.

Ali estava eu à espera e a pensar se aquilo não seria uma cena para os apanhados. 

 

 

 

 

 

 

 

Tenho andado desaparecida tanto aqui no blog como nos blogs que acompanho e desta vez não é apenas por falta de tempo. O animo não tem sido muito. 

Depois da desilusão que contei no ultimo post tive de ir ao hospital. Depois de ter a confirmação de que a fraqueza que sentia não tinha a ver com a suposta gravidez e uma vez que ela continuava bem presente fui à medica. Expliquei-lhe que há umas semanas tinha ido retirar pólipos no estômago, que sentia uma fraqueza terrível e que só iria saber do resultado no final do mês. Disse-me que sem o resultado não me poderia receitar nada e pediu-me para ir ao hospital buscar o relatório. Como tinha acabado de fazer noite, não tinha dormido e ainda por cima tinha mais uma noite para fazer disse-lhe que iria na semana seguinte. Perguntou-me " Joana não pode ir hoje?"

-Poder posso, mas ainda não dormi e logo vou fazer noite.

-Vá hoje e logo que tenha o exame venha mostrar-mo.

- Mas acha que é algo grave?

-Não, não pense nisso, apenas quero medica-la e não posso sem saber o resultado.

Sai de lá a pensar que se me tinha mandado ir naquele mesmo dia é porque achava que algo podia não estar bem. Não hesitei e fui.

Já imaginava que não ia ser fácil e até achei que não mo iriam dar, uma vez que a medica da gastro ainda não o tinha visto. Depois de pedir informação onde o pedir dirigi-me ao gabinete próprio para para pedidos (gestão de utentes). Informaram-me que não iria sair com ele naquele dia, mas que poderia fazer o pedido e que depois de assinado pelo director seguia para casa. Coisa que poderia demorar 1 semana. Demasiado tempo para o meu gosto e se até àquele dia eu achava que não tinha nada de grave depois da medica me ter pedido para lhe trazer o exame fiquei nervosa e ansiosa. Ocorreu-me ir a uma consulta nas urgências. Na minha ideia o medico iria conseguir ver o resultado e iria medicar-me. Lá fui eu.

Contei-lhe a verdade e depois de varias tentativas para conseguir abrir o exame sem sucesso aconselhou-me a ir até ao serviço de gastro e tentar que mo dessem.

Depois de 10 horas de trabalho em cima do lombo e mais 5 horas acordada o meu estado de espírito não era o melhor. Achava que não iria conseguir o raio de exame.

Depois de andar por vários corredores, varias explicações, vários "choradinhos" finalmente estava na minha mão. Voltei ao medico das urgências e mostrei-lho. Enquanto o abria sentia-me em pânico.

- Joana pelo que vejo não tem nada de grave. A medica na consulta de gastro irá indicar-lhe algum tratamento e certamente indicar-lhe quando deverá repetir nova endoscopia.

Tirei um peso de cima, mas continuava com o problema da fraqueza por resolver.

 Disse-me que essa sensação poderia ser dos pólipos.

-Pólipos? Oh dr, mas eles foram retirados.

- Sim, mas a zona pode estar inflamada.

Acabei por no dia seguinte ir à minha medica. Quando o abre respira fundo e diz "ai Joana que não sabe o alivio de ler este resultado".

-Então achava que era algo de grave?

- Sim achei que poderia ser muito mau.

Aconselhou-me a aguardar a consulta com a especialista. 

Parece que vou ter de andar com a marmita atrás de mim nas ferias. Sim, porque para matar esta fraqueza tenho de comer.

Oh céus!

 

Desde que o Miguel se foi embora que raramente durmo na cama, pois adormeço no sofá e por ali acabo a noite. Sábado não foi excepção. Adormeci cedo e cerca da 1,30 h acordei com a chegada da filhota. Levantei-me e fiz-lhe companhia, ambas com uma taça de cereais à frente. Voltei novamente para o sofá e rapidamente adormeci. Acordo com o som de uma mensagem no telemóvel. 2,15 da manhã. Naquela altura não me lembrei que a filhota já estava e casa e claro como todas as mães (quase todas) fiz logo o filme em que a miúda estava em apuros. Olho para o telemóvel e vejo um numero que não consegui identificar o que me fez ficar mais ansiosa. Abro a mensagem e lei-o " A consulta de gastro do dia 2 de Junho foi remarcada para dia 23..."

Fiquei danada a praguejar "mas isto são horas de mandar uma mensagem?". Imagino que seja automático, mas caramba será que não podiam programar a mensagem para uma hora decente?

Voltei a deitar-me e o gato para me arruinar ainda mais a noite decide fazer uma corridas atrás da irmã. Eu com receio de acabar com nova tatuagem decidi ir para a cama. Nem assim me deu sossego. O raio do gato insistiu para se deitar em cima do monte da roupa passada ferro.

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Acordei com umas olheiras capaz de meterem medo ao susto.  

 

 

Desde que soube quando ia ao hospital fazer a cirurgia para retirar os pólipos que tinha ideia de ir com os meus pais, mas desde que o vi conduzir mudei de ideias (esta aventura ficará para um outro post). Já irei nervosa o suficiente portanto não precisos de mais nervos.

Visto que o Miguel está longe não me pode acompanhar e a filhota com contracto temporário não quero que falte para me acompanhar e correr o risco de ficar sem emprego vou sozinha.

Agora estou aqui acagaçada e a contar as horas para o pesadelo acabar.

Espero que a anestesia faça efeito e eu não sinta nada, que enfiem o tubo no sitio certo, que não seja alérgica à anestesia e não encontrem nada de grave.

Vai haver muita choradeira, muitos nervos, muita ansiedade e não vou ter ninguém para me segurar na mão.

Fiquem desse lado a torcer por mim para voltar para casa sã e salva.

 

 Depois de 1 ano à espera Abril será o mês de retirar os pólipos no estômago. Hoje começou a minha saga e começou também a fase em que a ansiedade e o medo se vai instalar. Fui bem cedo para o hospital e lá passei toda a manhã a fazer analises, RX e electrocardiograma. Como devem calcular andei de um lado para o outro, foi o senta levanta, o despe e veste. Chegada a casa almocei e fui dormir, pois daqui a uma horitas vou fazer noite. Este foi um daqueles dias que detesto, em que não fiz nada de produtivo e o dia passou a correr. A minha sorte é que amanhã começo de ferias e vou ter a presença do maridão durante uns dias.

Haverá forma de colocar o relógio a andar mais rápido, para mais rapidamente chegar sexta feira?

Há uns anos tiveram de me parar o coração com uma injecção de Adenosina para ele voltar a trabalhar normalmente já que ele batia desgovernado. Nessa altura apesar de sentir medo de morrer não foi tão assustador como o que me aconteceu hoje. No ultimo post já tinha contado que tinha alguns episódios de falta de ar e assim continuo. Nesse mesmo dia voltei à urgência no centro de saúde com as mesmas queixas da ultima ida. Medicamentos novos, analises à tiróide e diagnostico igual ao anterior: alergia a algo.

Certo que na sexta e no sábado me senti menos rouca e não tive nenhum episodio de falta de ar o que me fez pensar que o pior tinha passado. Engano meu e hoje ao levantar-me fiquei sem ar novamente. Desta vez demorou muito mais a passar e achei mesmo que morreria. Foi assustador para mim e para a minha filha que estava em pânico por não saber o que fazer.

Resta-me passar a noite de hoje e deslocar-me ao hospital pela manhã uma vez que ao fim de semana não há médicos de especialidade.

Rezo para que não passe por mais nenhum momento assustador e se o passar que consiga sobreviver.

Depois da morte do pai e passando apenas 22 dias morre a filha.

A minha prima tinha 52 anos e há cerca de 3 anos "ganhou" um cancro. Neste espaço de tempo sofreu muito e segundo a minha mãe a grande maioria das vezes ainda conseguia dar um sorriso. Nesses 3 anos teve de saber lidar com uma colostomia, teve de saber lidar com a colocação do saco de Colostomia (imagino que nada fácil de aceitar), teve vários internamentos e acabou os dias numa Unidade de Cuidados Continuados, onde acredito ter sido tratada com dignidade e que fizeram tudo para que não tivesse dores. Nesses 3 anos, também viu nascerem 2 netos, que infelizmente não poderá vê-los crescer devido a esse monstro maldito chamado cancro.

Hoje irei acompanha-la à ultima morada.