A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
Frustração e raiva de mim própria é o que paira por aqui.
Fui à analista fazer a analise e tal como eu previa deu negativo. Vim todo o caminho a conter as lágrimas e chamar-me parva, burra e estúpida.
Sim, é isso que sou.12 anos de tentativas, vários testes negativos e agora que tomo a pílula é ia engravidar?
Acredito que os dias que se seguem serão de alguma choradeira, depois passa como sempre passou.
Joana Maria põe na cabeça que não vais voltar a ser mãe!
Quando comecei a tomar a pilula achei que não voltaria a pensar em gravidez, mas infelizmente não é o que está a acontecer.
Há umas semanas passei a sentir-me com fraqueza com muita frequência. Aquela fraqueza em que nos sentimos sem forças, a tremer e com a sensação de vamos desmaiar se não comermos algo. Posso comer bem que passado 1 hora sinto que tenho de comer novamente.
Em conversa com algumas colegas falou-se que poderia ser algo relacionado com a tiróide ou com a diabetes. Contei que há menos de 1 ano tinha feito analises para despistar algum problema de tiroide e que estava tudo bem e que também já tinha picado o dedo e que embora a glicemia estivesse um bocadito alta ainda se poderia considerar dentro dos valores normais. Pondo de parte estas 2 hipóteses falou-se em gravidez. Mesmo depois de ter dito que tinha iniciado a pílula há cerca de 3 meses elas insistiram que poderia bem ser. Na altura disse-lhes que eram doidas, mas o que é certo é que ando a pensar nisto. Pior ando a sofrer por isto.
Tento ser realista e pensar:
-Andei a tentar 12 anos e não engravidei (1 gravidez mal sucedida);
-O Miguel veio apenas uns dias em Março e uns dias no mês passado;
-Tomei tudo certinho e direitinho;
-A minha azia era devido aos pólipos
Depois penso:
-A minha barriga cresceu;
-Passei a ter uma fome terrível;
-Passei a ter fraqueza constante;
-Tonturas;
-Má disposição.
Como se não bastasse leio isto "oi Regielle bom a minha historia é um pouco longa, bem qdo comecei tomar cerazette em agosto 2007 ja tinha um filho de 2 anos, e meu GO indicou a pilula depois q tive meu primeiro filho sendo q comecei a ter muita colica, assim fiz por 2 anos ate q em dezembro de 2009 engravidei tomando cerazette. Só fui descobrir a gravidez em maio de 2010 c 19 semanas , nunca enjoei nem na primeira gravidez e como estava muito estressada no serviço achei q tinha engordado por isso , mas nao tinha barriga de gravidez como tive na outra gravidez, só descobri qdo tive uma dor insuportavel de estomago eu fui ao PS chegando la a medica me examinando me perguntou de qto tempo estava de gravidez, levei um tremendo choque disse a medica q nao estava gravida, ela pediu um beta hcg e qdp peguei o resultado de positivo chorei muito, tive medo pq nao tinha feito o pre natal, qdo disse ao meu marido da gravidez ele pediu p irmos fazer um US p confirmar, foi qdo descobri q estava de 19 semanas e q era outro menino. Graças a Deus o meu Thiago nasceu super saudavel c 49 cm e 3400KG de PC em setembro de 2010!!!! o meu outro filho Matheus amou a ideia de ter um irmao! abraços
O mais correcto era levantar o cú do sofá e ir fazer o teste de gravidez não era?
Não tenho coragem, pois não quero voltar a sentir a frustração e a dor que sentia de cada vez que fazia um teste.
Fodasse, fodasse... choro porque imagino a minha alegria se fosse positivo, imagino as formas de dar a noticia ao Miguel, imagino-me com uma linda barriga...
Estou louca...
Há decisões difíceis e a que tomei hoje foi uma delas.
Eu e Miguel já tínhamos falado varias vezes se não estaria na altura de tomar precauções para não engravidar. Não me sinto com a idade que de facto tenho, mas confesso que foi ela que forçou esta decisão. 47 Quase 48 anos é motivo mais do que suficiente para abdicar do sonho de voltar a ser mãe.
Dos 12 anos em que tentámos tive muitos momentos de ansiedade em que achava que estava grávida, houve algumas frases maldosas que me deitaram abaixo num ou noutro momento, houve muitos momentos em que o Miguel me deu a força que eu precisava para arrebitar, houve muitos momentos em que estive obcecada por engravidar e houve muitos momentos em que deixamos ao acaso.
Como o Miguel diz, se o filho não veio é porque não tinha que vir.
Hoje quando me dirigi à consulta de planeamento familiar para decidir qual o método contraceptivo a usar foi como se parte de mim tivesse morrido...
Uma colega perguntou-me se eu tinha ouvido falar do caso da criança de 12 anos que ficou grávida do padrasto. Confirmei que tinha ouvido falar e que na minha opinião compreendia que ela ficasse traumatizada fazendo um aborto, mas que achava que o trauma de ter a criança fosse maior. O que me disse a seguir deixou-me sem saber o que dizer.
-A minha filha também foi mãe aos 12 anos e não ficou traumatizada.
-A serio? Foi mãe aos 12? Tu estás a falar a serio?
Confesso que fiquei em choque. -
-Estou a falar a serio e não ficou traumatizada...
-Mas foi violada?
-Não, mas o namorado tinha 23 anos.
O facto de ter 12 anos e ficar grávida já é assustador, mas sendo violada ainda torna a situação bem mais grave e traumatizante. Certo que o feto não tem culpa, mas a mãe também não.
O meu choque ia aumentando enquanto me contava a historia da filha e a forma natural como falava daquilo ainda me deixava mais em choque.
Para me deixar ainda mais "abananada" diz-me " e qualquer dia sou bisavó. Arregalei os olhos " bisavó? Mas o teu neto trabalha?"
A conversa que se seguiu deixou-me a pensar se sou eu que estou louca ou se será ela.
-Não, ainda estuda...
-Ainda estuda? E achas que devia de ser pai?
-Então já tem 17 anos.
-17 anos, sem trabalho, mas quem o ia sustentar?
-Então tudo se arranja...
-Tu não podes estar boa da cabeça. Tu ficavas feliz se o teu neto fosse pai agora?
-Era uma historia bonita...
Como é que uma pessoa que vive com o rendimento mínimo e que precisa de ir buscar comida à cantina social pode achar natural uma criança de 12 anos ser mãe e um jovem de 17 anos sem emprego ser pai?
Digam-me sou eu que estou errada ou esta minha colega enlouqueceu?