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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Dei conta aqui e aqui da desilusão que esta amizade me estava a fazer sentir.

Passou mais de 1 ano e as coisas não voltaram a ser como inicialmente, mas melhoraram muito. As conversas e as brincadeiras voltaram. Os stresses do trabalho mantinham-se, mas rapidamente eram ultrapassados. Por vezes surgiam conversas sobre ela com outras colegas e não eram raras as vezes que eu a defendia. Gostava dela e mesmo quando por vezes me diziam " olha que não é quem aparenta ser" eu não me preocupava e acreditava que gostava de mim e que queria a minha amizade.

Numa determinada altura quis mandar-lhe uma mensagem através do Facebook, para saber como estava já que tinha estado doente e não a encontrei na lista dos meus amigos. Na altura optei pelo Face uma vez que era tarde e não sabia se estava a dormir. Achei estranho e pensei que seria algum problema do face ou então tinha-me eliminado por engano (tão totó que eu sou). Durante uns tempos não me lembrei do assunto, mas numa conversa com outra colega que me disse que tinha sido eliminada por ela fez-se luz. Teria ela me eliminado propositadamente? Achava que não não seria o caso até porque as coisas estavam bem. Decidi que lhe iria perguntar. Demorou algum tempo porque uns dias esquecia-me, outros achava que não era o momento adequado e outras porque não me apetecia ficar desiludida(afinal havia a hipótese de ser despropositado).

À umas semanas no meio do stress do trabalho falou de forma mais rispidez, na altura não disse nada, mas quando minutos mais tarde voltou a falar de maneira que não me agradou perguntei-lhe "passasse alguma coisa entre tu e eu?", "Não não se passa nada, é o trabalho e como és a responsável acabas por levar por tabela".

Achei que aquele era o momento indicado de deixar de ser totó tirar a minha duvida.

- Olha já ando para te fazer uma pergunta há muito tempo...

-O que é?

-No outro dia reparei que não fazias parte dos meus amigos do Facebook...

- Ah eliminei toda a gente daqui...

-Desculpa, mas não eliminaste toda a gente. Ainda ontem deixaste um comentário no Face da "X" ou seja daquela pessoa que detestas e um comentário como se fossem muito amigas.

- Pois deixei, mas tu sabes que sou boa actriz...

- Pois sei, tu própria o dizes, mas diz-me o porquê de me teres eliminado. É que se tivesse sido na altura em que tínhamos tido a ultima conversa em que te pedi para darmos tempo ao tempo para ver se a nossa amizade sobrevivia eu compreendia...

- Mas foi nessa altura..

- Não, não foi, foi muito tempo depois

-Ah nunca me punhas gosto nos meus comentários...

-Então para ti eu sou uma pessoa como outra qualquer. Engraçado eu que achava que tínhamos uma amizade, afinal tenho a certeza que sou tratada pior do que aquelas que tu detestas.

Virei as costas e fui embora.

Passaram alguns dias e não consigo olhar para ela com carinho. Pergunto-me quantas vezes fez papel de actriz para comigo?

 

 

 

 

 

Comecei a conversa sem lhe perguntar o que se passava, pois não queria ouvir novamente " não se passa nada". Disse-lhe que me trava com frieza, dei-lhe exemplos, disse-lhe que também achava que tinha direito a ficar sentida de nunca me perguntar pela minha filha, ou pelos meus pais, disse-lhe que sentia que o valor da amizade não era visto da mesma forma por uma e por outra e disse-lhe que gostava de perceber o que se tinha passado para nos tornarmos quase 2 estranhas. Confessou que realmente a nossa amizade tinha mudado, mas que achava que era uma fase, que não tinha noção de me tratar com frieza, que realmente nunca me perguntava pela minha família, mas que nunca o tinha feito anteriormente e não era por mal. 

Voltei-lhe a perguntar o porquê das coisas terem mudado? Se tinha havido algo que eu tivesse dito ou feito. Respondeu-me que não tinha havido nada de especial.

Disse-lhe que mais magoada ficava, pois não havendo motivo era sinal que a nossa amizade não valia nada. Que tinha a consciência tranquila de que tinha feito tudo para a manter, inclusive falar com ela todas as vezes que sentia que algo não estava normal. Que me custava dizer que aquela amizade me estava a fazer mal, mas que tinha de o dizer, pois era a realidade.

No final disse-me que não queria perder a minha amizade, que era uma amizade sincera e que iria fazer os possíveis para mudar, ainda que não achasse que tivesse errado.

Disse-lhe que era melhor dar-mos tempo ao tempo e que se a nossa amizade não sobrevivesse era porque não tinha de ser.

Já em casa recebo uma mensagem a dizer que tinha estado a pensar e que realmente não tinha agido bem, que tinha sido egoísta e que me agradecia de ter sido tão honesta pois só depois de falarmos é que se tinha apercebido que me tinha magoado e que desejava não ser tarde demais.

Passaram 3 dias e continuo triste, magoada e desiludida. Uma amizade tem fases? Fases menos boas apesar de não haver nada?

Ainda assim não vou dizer que não quero mais aquela amizade. Vou dar tempo ao tempo de deixar acontecer o que tiver que acontecer.

Frustração e raiva de mim própria é o que paira por aqui.

Fui à analista fazer a analise e tal como eu previa deu negativo. Vim todo o caminho a conter as lágrimas e chamar-me parva, burra e estúpida.

Sim, é isso que sou.12 anos de tentativas, vários testes negativos e agora que tomo a pílula é ia engravidar?

Acredito que os dias que se seguem serão de alguma choradeira, depois passa como sempre passou.

 Joana Maria põe na cabeça que não vais voltar a ser mãe!

A conversa de ontem que deu tema a este post ainda me continua a fazer revirar os olhos. Por um lado irritei-me e continuo irritada com as baboseiras que ouvi, mas o pior foi ficar desiludida com alguém que adoro e que sempre admirei. Vi-a aquele homem como honesto, sério, respeitador e incapaz de trair a esposa, daqueles que punha as mãos no fogo sem hesitar.

A conversa surgiu quando falávamos da vinda a Portugal da tal pessoa para visitar os filhos.

Ela -Telefonou-nos para sabermos como estávamos e disse-nos que não tinha a certeza  se conseguia passar lá por casa, mas eu disse-lhe que entendia se não fosse, pois o tempo era curto e que primeiro estava a mulher e os filhos.

Bem, quando ela falou em "mulher" fiquei possessa. Foda-se (desculpem mas não tenho outra palavra melhor) estão separados há mais de 2 anos, ele tem vive com outra pessoa  e ainda consideram que a primeira é que é a mulher dele? É nestas situações que a minha teimosia, a minha arrogância e até alguma má educação aparecem.

Eu - Mulher? Mas ainda não tiveram tempo para colocar nessa vossa cabeça que ele escolheu outra pessoa? Se fez bem ou mal não nos cabe a nós dizer, apenas devemos respeitar a decisão...

Ele -  Não é casado com a outra portanto não é mulher dele.

Ai santíssimo sacramento o que eu tive de me controlar para não dizer umas caralhadas.

Eu - Mas com a primeira também nunca casou. Ah, então o tempo em que vivi com o Miguel antes de casarmos não o consideravam meu marido...

Ele - Isso é diferente...

Eu - Diferente? Vivi com ele 5 anos antes de casar...não estou a ver onde está a diferença.

Ela - Ele podia muito bem ter evitado o sofrimento dos filhos e da mulher. Fazia lá vida com a outra e quando vinha cá fazia a vida com esta e nada se sabia.

Eu nem queria acreditar no que estava a ouvir.

Eu - Espera, espera...então achas errado ele ter sido um homenzinho e ter falado a verdade? Era melhor viverem todos uma mentira?

Ele - Um homem tem as suas necessidades podia muito bem ter contratado uma prostituta e assim não destruía a família.

Eu - Ah, se fosse com uma prostituta não era traição?

Ele - O tempo que estive no estrangeiro sempre respeitei a família e apesar de ter tido oportunidade de ter um caso com outra mulher nunca o fiz e olha que a grande maioria deles que lá estavam tinham uma mulher lá e outra cá em Portugal.

Ela - Isso não é verdade porque tu envolveste-te com a outra...

Ele - Isso foi deferente dos outros, eu apenas arranjei uma prostituta 2 vezes e eles tinham mulheres com quem faziam vida.

Não queria  acreditar no que estava a ouvir...aquele homem que ao longo dos meus 47 anos nunca me tinha desiludido, aquele homem que eu tinha como referencia, aquele homem por quem eu colocava as mão no fogo tinha traído a minha mãe?

Eu - Tu o quê? Tiveste um caso? Traíste a minha mãe?

Ela - Não foi traição porque nunca nos abandonou e foi com uma prostituta...

Devo dizer que nunca ouvi palavrões lá em casa como tal apesar de eu os dizer não os digo à frente deles, mas naquele dia disse alguns.

Ele - É normal os homens procurarem mulheres da vida e eu quando cheguei a Portugal contei à tua mãe.

Não sabia se estava desiludida comigo por achar que nunca tinha traído a minha mãe ou se pela forma como eles os dois viam as "traições".

Eu - Com mil caralhos (pela cara deles ficaram em choque com as minhas palavras) não consigo ver diferença entre o que tu fizeste com a minha mãe e com o que o R. fez . Vendo bem as coisas, as mulheres que emigram ou que ficam no país delas também podem arranjar um prostituto e já não é traição...

Ele - Homens e mulheres são diferentes...

Ela - Antes queria morrer do que arranjar alguém. O teu pai foi e há-de ser o meu único homem.

Eu - Então quer dizer que se o Miguel arranjar uma prostituta para dar umas voltinhas lá em Marrocos, ou arranjar outra mulher para viver lá desde que não me deixe não há problema?

Antes de me poderem responder eu digo-lhes " Pois, metam na cabeça que se eu desconfiar de algo pego num avião e vou à procura da verdade e se eu descobrir que existiu traição seja com prostituta ou não, o Miguel vai com o caralhinho!

Continuo irritada com esta conversa e agora vou ali ao otorrino enervar-me mais um bocadinho.