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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Quase um mês depois aqui estou novamente.

Depois de muitas peripécias já me encontro na casa nova, mas hoje não vou escrever sobre isso, mas sim sobre algo que me revolta bastante. Falo dos contractos temporários. Daqueles contratos em que as pessoas têm um pé dentro da empresa e outro fora. Daqueles em que transformam o colaborador em descartavel. Daqueles em que a pessoas não podem fazer planos, não podem ter objectivos e que vivem com coração nas mãos.

No que se refere ao empregador esses contractos vieram dar-lhes segurança, menos preocupação e pouco ou nenhum respeito pelo trabalhador.

Desde que a minha filha começou a trabalhar foi sempre com contractos temporários. Houve alturas em que esteve a apenas 2 dias, outros em que esteve semanas e outros meses no mesmo sitio. Empresas que nunca mais a chamaram e outras que a voltaram a chamar varias vezes.

Sempre que regressava havia a esperança que era daquela vez que assinaria um contracto de trabalho sem ser temporário. Não era, nunca foi.

Normalmente uns dias antes a empresa de trabalho temporário telefonava a informar que dai a 4 ou 5 dias ficaria sem trabalho. 

Hoje era dia de ir começar às 16 horas e cerca das 11 horas telefonam a informar que não iria mais.

Pergunto eu onde está o respeito pelas pessoas?

5 Horas antes avisam que está desempregada...

Como se pode constituir família? Como se pode pensar em comprar uma casa ou um carro? Como se pode ter esperança no futuro?

 

 

Algumas vezes em conversa com colegas cheguei a dizer "qualquer dia pagamos para trabalhar". Referia-me ao aumento das horas de trabalho, aos impostos que somos obrigados a pagar e à exigência de nos obrigarem fazer mais e melhor.

Actualmente exigem que sejamos maquinas de alto rendimento e se assim não for vamos engrossar a longa lista de inscritos no Centro de Emprego.

Uma amiga com formação académica procura trabalho em qualquer área, mesmo assim não tem conseguido. A resposta é sempre a mesma " tem qualificação a mais para o posto de trabalho que oferecemos". Ainda que diga que não importa a qualificação, que precisa de ganhar dinheiro, que aprende rápido e que tem disponibilidade imediata não consegue ter uma resposta positiva.

Quer dizer ter até teve, mas teria de pagar para trabalhar.

Viu um anuncio onde pediam colaborador/a para Imobiliária. Diga-se uma imobiliária de renome e muito conhecida.

Lá foi ela apresentar a sua candidatura e disseram-lhe poderia começar a trabalhar logo no dia seguinte. Que óptima noticia não foi?

Pois, não foi. Poderia começar sim, mas iria ter de pagar uma quantia para poder ter formação, pagar uma quantia, tipo aluguer sempre que fosse com algum cliente à imobiliária e apenas ganharia uma comissão se fizesse alguma venda, já que não teria ordenado base.

Ora uma pessoa está com dificuldades financeiras e ainda tem de pagar para conseguir arranjar trabalho?

Será que sou só eu que não acho isto normal?