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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Lendo este post da Mula lembrei-me de uma situação que aconteceu à umas semanas.

O Miguel não vem almoçar a casa e almoça num restaurante perto do emprego. Um destes dias saiu do carro, deixando-o estacionado relativamente perto do restaurante e quando se ia aproximar do carro viu que tinha a porta com uma brutal pancada. Ainda procurou o possível culpado, já que tinha a certeza que era um carro azul, pois era essa cor que ficou na porta. Ninguém viu e mesmo estando atento nos dias seguintes não encontrou o culpado.

Perante isto questiono-me, tal como a Mula se à remédio para a humanidade?

Já agora vou aproveitar para deixar um recadinho à alminha que causou o acidente, não vá a pessoa ler este post e eu deixar a oportunidade de lhe agradecer.

Obrigada por nos fazeres chamarmos-te todos os nomes possíveis e imaginários, obrigada por termos de colocar um elevador novo, já que o vidro deixou de abrir e principalmente um grande obrigada por nos obrigares a despesas extras. 

Ah e um obrigada não menos importante por me obrigares a andar a pé, quase uma semana já que o Miguel teve de levar o meu carro enquanto o dele esteve na oficina.

Gostava tanto de te conhecer...para te partir as trombas!

 

 

Analisando a situação que me aconteceu esta manhã chego à conclusão que o meu carro só me quer bem.

Depois de ter passado o inferno a noite  de Domingo para Segunda-Feira envolta em stress e ansiedade ( como se não fosse quase o meu estado normal) à aguardar que fogo se decidisse se ia avançar os poucos metros que faltavam para chegar ao Lar onde trabalho, depois de ter passado a Segunda-Feira sem dormir porque tinha situações a resolver eis que o carrinho decide que hoje não me deixava ir trabalhar.

Aguardo a chegada do reboque para levar o "menino" ao médico mecânico. 

É verdade que um padre é um homem, e os homens erram, mas confesso que nunca imaginei um padre numa situação destas

Não me refiro ao senhor conduzir em contra mão(não que não seja grave, mas acredito que poderá acontecer), mas caramba bater em 2 veículos fazer inversão de marcha e ir embora?

Como a minha mãe diz "estamos no fim do mundo".

Depois de ter estado uma semana fora de papo para o ar e ainda faltando mais uma semana de ferias achei que iríamos ficar pelas praias da zona, mas o Miguel achou que devíamos ir até ao Alentejo. Apoiei, pois claro e 3 dias depois lá estávamos nós a caminho.

O carro como era de esperar portou-se bem. Era muito azar um carro semi novo empanar, não era?

Deveria ser, mas não foi.

Tínhamos chegado às muralhas de Monsaraz quando acendeu uma luz vermelha a informar que estava com problemas no motor. Se esta situação nos tivesse acontecido há uns anos eu diria "Telefona para a assistência em viagem e que mandem um reboque e um taxi para voltarmos para casa". Pois, não sei porque carga de agua aqui a "Je" anda em estado Zen, o que é certo é que não stressei nadinha.

Já que o mostrengo tinha decidido avariar não era isso que ia impedir que nos divertíssemos. Ficou bem estacionado e fomos à procura de restaurante para almoçar.  Depois de escolhido e enquanto esperávamos o Miguel ligou para a assistência em viagem. Nem tudo ia ser como esperávamos, pois só iríamos ter carro de substituição no dia seguinte. No final e depois de tudo esclarecido informaram que o reboque demoraria cerca de 45 minutos.

Tempo suficiente para almoçar à sombrinha e quando voltássemos o reboque já estaria à espera.. 

Perfeito, certo?

Errado!

A hora estava a aproximar-se e decidimos ir até perto do carro. Embora estivéssemos em baixo de umas arvores, os 41 graus sentia-se na mesma. Já tinham passado os 45 minutos quando o homem do reboque ligou para perguntar onde estávamos. Explicação dada, o Miguel pergunta-lhe se sabia onde era "mais ou menos". Oh diabo, mais ou menos não era  a resposta que eu gostaria. Pergunta-lhe também quanto tempo demoraria " já abalei e daqui a 30 minutos e estou ai". Com o calor que estava aqueles 30 minutos iam representar muitos mais, mas nada havia a fazer e brincávamos com a situação. Pela voz o Miguel tinha a certeza que era um velhote. Aquela meia hora transformou-se em quase 1 hora e peço ao Miguel para lhe ligar. Eu dizia " É velhote? Pela experiencia que tenho nada me admiro que tenha percebido mal e esteja a ir para outro local". 

-É o dono do carro empanado no castelo de Monsaraz...

- Olá amigo, então diga

-Ainda está longe?

-Não não estou aqui ao pé do...está a ver...um cruzamento...

- Diga-me só uma coisa, demora mais quanto tempo?

-Isto é rápido. Dentro de 15 minutos estou ai.

Quando ouvi aquilo ia-me dando uma coisinha. Mais 15 minutos naquele calor?

Depois de desligar imaginávamos a cena. Eu achava que ele andava perdido e o Miguel achava que ele estaria nalguma tasca a beber uma cervejinha gelada.

Cada vez que ouvíamos um carro achávamos que era ele, mas infelizmente passaram muitos, mas o do velho nem sinal. 

45 minutos depois mais um telefonema. O desespero era bastante e só pensávamos em mergulhar na piscina da quinta para onde íamos.

-Oh amigo estou quase ai...

- Quase? Isso é quanto?

- Uns 10 minutos

- Oh homem você tem o relógio avariado? Há 45 minutos faltavam 15 e agora ainda faltam 10?

-Sabe isso ainda fica longe? 

Cerca de 3 horas após o telefonema para assistência em viagem lá estava ele. O meu impulso foi barafustar, mas quando o vi desisti. O homem era um velhote simpático e engraçado.

Faltava agora o táxi que tínhamos pedido à assistência, mas Deus me livre ficar à espera dele. Não tinha provas em como não demoraria mais umas 3 horas a chegar. Pedimos ao velhote para nós ir levar. 

Já não bastava ter aguentado aquela espera com aquele calor infernal e agora aqui a "Je" ia chegar montada no reboque?

Parece-me que em vez de usar bijutaria vou comprar uns amuletos para  pendurar ao pescoço, tipo isto

Imagem daqui

Imagem daqui

Imagem daqui

 

Imagem daqui

Ah, não é de admirar o homem ter levado tanto tempo a chegar. Conduzia 20 km hora.

 

 

 

Esta manhã sai do emprego e passei no hipermercado. Tinha umas compras para fazer e preferia faze-las antes de dormir do que ter de sair de casa depois.

Comprei o que tinha a comprar, aliás comprei mais do que tinha pensado, mas isso já vem sendo habito e vou para o carro. Chego perto e vejo um risco que não existia antes e penso " algum ranhoso avantajado não cabia e bateu com a porta". Carrego no comando e não abre. Insisto e nada. Meto a chaves na fechadura rodo para um lado, rodo para o outro e nada. Pensei "Ok vi-me livre do outro que me dava tantas chatices e agora é este que me vai infernizar a vida." Coincidência do caraças, mas no dia anterior eu e o Miguel tínhamos estado a falar do carro e ele tinha-me perguntado se a porta fechava bem. A brincar tinha-lhe dito que nem que fosse a pontapé ela iria fechar.  E agora não abria?

Além de fazer contas à vida pensava no que iria fazer. A única alternativa era chamar o homem das chaves. Já via euros a sair da carteira quando vejo um homem ao meu lado a dizer-me "desculpe". Felizmente antes de eu lhe dizer "deixe-me em paz" o homem diz-me "esse carro é meu."

Por momentos achei que o homem estava louco...o carro é meu? Só podia estar parvo. De repente olho para dentro do carro e vejo que está mais sujo do que quando sai de dentro dele. Olho para o lado e vejo um igualzinho ao meu. Ai santíssimo sacramento que se eu tivesse um buraco tinha-me atirado lá para dentro.

 O homem sorria e eu com cara de parva  pedia desculpa e dizia "oh, ali está o meu".

Acredito que haja pessoas internadas com mais lucidez que a minha. 

Não te ponhas a pau, Joana que por este andar ainda és internada no Júlio de Matos.

 

...que tenho pena de mim própria.

Desde que tenho o carro novo que ainda não tinha andado com ele. Por um lado ainda não tinha o seguro activado, coisa que dará matéria para um outro post e por outro a vontade de mexer no bicho era nula. Depois de o seguro estar tratado já não tinha desculpa para dar ao Miguel e tive de lhe fazer a vontade e andar com o bicho. 

Sentadinha no carro naquele banco que mais parece uma poltrona, o espelho na posição certa olho para o manipulo das mudanças e tento visualizar a aula que o vendedor me deu. Lembrava-me de qualquer coisa como carregar no travão para o carro pegar. Carreguei, dei às chaves e nada dele pegar. Tentei uma, tentei duas e nada. Na minha cabeça o carro tinha avariado. Telefonei ao Miguel .

- O carro não pega.

-Não pega? Carregaste no pedal do travão?

-Sim, mas não pega.

-Tenta novamente.

surgiu-me a duvida se carregava no travão, tirava o pé e dava à chaves ou se teria de carregar no pedal e ao mesmo tempo dar à chaves. Fiz a ultima opção e ele pegou. 

- Já está!

-Então o que é que fizeste de diferente?

A sentir-me tão burra ainda pensei em não contar esta parte, mas achei que ele não merecia.

-Foi apenas uma questão de timing. Em vez de deixar ficar o pé no pedal tirei-o antes.

Ele ria e dizia " só tu" e eu dizia " ai que nervos".

-Vá vai lá andar com o carro...

- Agora? Estou tão nervosa que nem me lembro o que fazer.

-Vá deixa-te de fitas que tu consegues.

-Ok então fica a rezar para chegar com o carro inteiro.

Fui e vim com o coração ao pulos, mas sem problemas na condução.

Quando voltámos a falar perguntou-me "Então como correu?"

-Obviamente que correu bem.

Desta situação estou safa, mas já tenho a próxima para me atormentar. Dia 12 vou fazer a cirurgia para retirar os pólipos e mentiria se dissesse que não estou nada em pânico.

Mas porque raio vivo em constante ansiedade, mesmo sabendo que tudo vai correr bem?

 

 

Tudo começou à cerca de 2 semanas atrás quando o Miguel veio a Portugal. Veio para passar o meu aniversario e ao mesmo tempo para concretizar um dos nossos planos. Planos que comprar um carro. Já tínhamos decidido que compraríamos um para ele e o dele ficaria para mim e assim desfazia-me do meu que tantos problemas e tantas contas altas me dava. Para quem não sabe não ligo nada a carros, não tenho nenhuma marca de carro ou modelo que seja o meu sonho e qualquer carro desde que ande e não dê problemas é bom. Ah, e a meu ver quanto mais simples melhor. Portanto quando ele me falava que tinha isto e aquilo, coisa que para mim era chinês e  depois de me explicar o que era, eu perguntava "Mas isso é preciso?", "Mas quando avariar vai ser uma pipa de massa, não é?". 

Depois de escolhido foi altura de o experimentar e aqui começou a minha dor de cabeça. Aquilo é automático e tinha montes daquilo que eu chamo "paneleirices". Caso para dizer que se quando ando com o carro dele por vezes carrego em todos os botões para abrir o deposito da gasolina, andando naquele nada me admiro que carregue em algo e seja injectada pelo tecto. 

Conduzi-o e adorou (coisa que não entendo) e quis que aqui a menina também o fizesse. Recusei. Então nunca conduzi uma coisa daquelas, o carro não era meu, ainda por cima com o vendedor lá dentro como é que me iria sair? Mal, certamente e por isso disse NÃO.

Negocio fechado e foi combinado que logo que tivesse toda a documentação me contactaria para entregar o carro. Ora mais uma dor de cabeça. Eu tinha de ir buscar o carro, carro esse que me tinha recusado a conduzir, aquele em que o pé esquerdo tem de estar quietinho e só o direito é que trabalha. Sim, senhora estava metida numa alhada. Noites de sono mal dormidas à custa disto.

A parte melhor para mim, não era ter um carro novo, mas livrar-me do meu que tanta dor de cabeça me dava. Na altura expliquei ao senhor que o único problema que ele tinha era o limpa para brisas do lado do pendura estar avariado. 

Na minha ideia e como na semana anterior o tinha tirado do castigo (estava fechado na garagem), em que o tinha colocado quando me presenteou com a ultima avaria, achei que era dar a chave e que ele andava. Puro engano. O estúpido recusou-se a andar. Ora na minha cabeça a bateria tinha ido à vida, o que queria dizer que ia ter de gastar mais dinheiro. Só ia saber quando o mecânico lá fosse, mas poderia ser apenas falta de carga. Achei que o melhor era só o chamar no dia da entrega. Mais umas noites a dormir mal.

Na terça feira o vendedor liga-me para combinar a entrega. Peço-lhe para ser na quinta, isto para ter tempo para o limpar por dentro e para o lavar por fora. Sim, gosto muito de fazer limpeza em casa, mas o carro costuma andar pior que as barracas dos ciganos.

Em conversa com o Miguel diz-me que o melhor era ligar ao mecânico e combinar com ele no dia antes para ter tempo de o deixar pronto ou para dar tempo de resolver algo que fosse necessário. Eu só reclamava e dizia que culpa era dele, pois quis comprar carro e eu é que tinha ficado com tudo para resolver. Ele ria e dizia "tu vais gostar tanto de conduzir o outro que vais querer ficar com ele para ti", "Mas porque raio sofres por antecipação quando sabes que vai tudo correr bem?". Ainda fiquei mais danada.

Fiz como me disse e ontem liguei ao mecânico. Combinamos que vinha ter comigo para colocar o carro a trabalhar. Enquanto as horas iam passando eu ia pensando nos meus problemas:

-Colocar o carro a trabalhar sem gastar muito dinheiro;

-Fazer isso antes das 15,30 h  uma vez que ia trabalhar;

-Acreditar que o carro no dia seguinte iria pegar quando o fosse entregar;

-Pedir a S. Pedro que não mandasse chuva, pois o limpa para brisas não funcionava e a chover o carro não podia sair;

- Conseguir trazer o carro novo inteiro até casa.

Como se não bastasse ainda me lembrei que da ultima vez que tinha andado com o carro ele tinha acendido a luz da reserva. A questão era se a gasolina daria para andar com o carro uns quilómetros até a bateria carregar e depois faze-lo chegar à bomba.

Pois, ontem para me deixar ainda mais ansiosa, nervosa e irritada o mecânico não apareceu. Felizmente que  o meu trabalho me impede de pensar nos problemas. Está explicado o meu estado de ontem e também deverão calcular o que o Miguel teve de ouvir quando falei com ele à noite. A noite foi péssima e além de ter sonhado que tinha trazido o carro novo aos soluços e que toda as pessoas olhavam para mim a gozar, o meu gato decidiu andar a brincar com a irmã gata e aterrou em cima da minha cara. Resultado um olho negro, inchado e cara arranhada.

Depois deste incidente já não consegui dormir mais(se se pode dizer que tenha dormido) e vou até à janela para ver o estado do tempo. Felizmente S. Pedro não mandou chuva. Menos um problema.

Telefono ao mecânico que me diz que dentro de meia hora está aqui. Assim foi. Cabos ligados, dou à chave e o carro trabalha. Ufa, menos um problema.

Ando vários quilómetros, sempre a olhar para a luz laranja da gasolina, ou melhor da falta dela e rezo que que chegue à bomba. Achei que os quilómetros que tinha feito eram suficientes para o carro não deixar de trabalhar. Claro que na bomba tive de o desligar e quando vou para me ir embora ele não pega. Mentalmente chamei tudo ao carro. O sr. da bomba prontificou-se a ir buscar os cabos para o por a trabalhar. Sabia que a única alternativa era, caso ele quisesse andar leva-lo directamente para o stand. Portanto nada de aspiração, nem de lavagem.

Assim foi. Felizmente o vendedor é porreirinho e não se importou do estado do carro. Afinal vai ser abatido. Castigo mais que merecido, depois de me ter infernizado a vida durante alguns anos e até ao ultimo segundo.

Faltava apenas fazer desaparecer a ultima dor de cabeça e diga-se não menos importante. Conduzir o carro até casa. Depois de uma explicação do vendedor lá cheguei a casa sã e salva assim como o belo carrinho. Sem soluços.

Confesso que nem olhei para o painel, que mais parece o da cabine do avião que o piloto mostrou .

Tudo correu bem e todas as ansiedade, medos, noites mal dormidas, com o Miguel foram desnecessárias. Espero que  a paciência dela não esgote, pois corro o risco de um dia me trocar por camelos (na melhor das hipóteses).

Sei que vos deixei ontem na expectativa, sem explicações e por isso sei que não mereço resposta, mas estou curiosa em saber a vossa opinião. É compreensível esta ansiedade? Os homens viriam as coisas tão negras como eu?

 

 

O meu carro está fechado na garagem desde o dia 4 de Janeiro. Sim, está de castigo e a minha ideia é assim ficar até o despachar. Desde essa altura que ando com o carro do Miguel. O carro tem uma data de "paneleirices" que o meu não tem, logo por vezes fico baralhada e algumas vezes envergonhada. Hoje foi um desses dias.

O carro precisava de gasolina e fui até à bomba. Devo dizer que é daquelas bombas em que existe um funcionário para abastecer o deposito. Não que eu não vá às outras em que sou eu que abasteço, mas por norma vou a esta. Depois de desligar o carro tento visualizar onde é que abro o deposito. Se fosse no meu sabia que precisava de enfiar a chave para o abrir, mas neste tenho de carregar num botão para o abrir. Carrego no primeiro e abre o capô, carrego no segundo e abre o porta bagagem. Felizmente só tenho mais um e este é o tal que deveria ter carregado logo. Felizmente já conheço o senhor, embora isso não evitou ter ficado envergonhada, acabei por brincar com a situação. Digo-lhe " só faltou abrir as portas e ligar os piscas antes de acertar com o botão." Ele riu, eu ri, mas acredito que na cabeça dele passou a palavra "MULHERES!

 

Se há coisas que detesto é querer comprar algo e ser pressionada pelos vendedores. Quando acontece desisto da compra, mesmo que haja algo que adore.

Devido ao últimos arranjos do meu carrinho conversamos e chegamos à conclusão que teríamos de comprar um para o substituir ou ficaria com o do Miguel uma vez que só pode ter carro em Marrocos 6 meses por ano e compraríamos um novo para ele, mais tarde.

Como carros é coisa que não me fascina, nem percebo passei essa tarefa para ele. Começou a procurar através de pesquisas na Net e encontrou um stand relativamente conhecido (chegou a passar na TV e a publicidade era feita com uma figura publica muito conhecida), mas quando foi para ver preços não era possível, pois teria de colocar o numero de telefone e como era do estrangeiro não aceitava. Ora a alternativa foi eu própria fazer o registo e colocar o meu numero de telefone. No dia seguinte recebi uma chamada em que a pessoa se identificou como vendedor do tal stand. Contactava-me para me tirar alguma duvida que pudesse ter. Disse-lhe que realmente tinhamos começado a procura de carro, mas que isso era tarefa do meu marido. Depois de insistir que gostaria de falar com ele tive a infeliz ideia de lhe dizer que chegaria a Portugal dentro de 2 dias. Quis logo marcar uma visita ao stand ao qual respondi que iríamos quando entendesse-mos, pois esta altura de festas roubava-nos tempo e não era algo que tivesse mesmo de ser . Dois dias depois estava eu no meu emprego quando me ligam de um numero que não sabia quem era. Desliguei pois, apenas costumo atender chamadas dos meus pais, marido ou filha. Sou contactada, mais 3 vezes pelo mesmo numero que na altura ainda não sabia quem era e resolvi atender. Porra era o tal vendedor a perguntar como tinha corrido a viagem do Miguel e se já podíamos marcar a visita. Expliquei-lhe que estava a trabalhar e que já lhe tinha dito que quando o entendesse-mos iríamos até lá. Começava a ficar irritada com tanta insistência e gravei o numero. No dia seguinte recebo mais 2 chamadas que não atendo. De seguida manda-me uma mg a dizer que iria lá estar até X horas, mas caso tivesse-mos interessados a fazer a visita para lhe ligar. Fiquei a bufar e a pensar que o gajo era um chato e pior fiquei quando passado poucos minutos me liga novamente. Não atendi, embora a minha vontade fosse dizer-lhe que se até ali ainda havia alguma hipótese de compra tinha deixado de existir depois de tanta insistência.

Já estava em casa quando recebo nova chamada dele e resolvo atender.

- Boa noite D. Joana estou a ligar para saber se está tudo bem e se viu a minha mg

- Boa noite, sim vi a sua mg tal como ouvi as suas chamadas...

- Teria todo o prazer em vos receber...

- Vou-lhe ser muito sincera. Não gosto que me pressionem quando estou para comprar algo...

- D. Joana não a estou a pressionar...

- Desculpe? Não está a pressionar? Então liga-me varias vezes seguidas, deixa mensagem depois de lhe ter dito que quando o entendêssemos iríamos fazer uma visita e não está a pressionar?

Naquela altura pensei " ou está desesperado por vender ou então é burro".

- Sabe por vezes os clientes deixam passar oportunidades boas...

- Pois, se fosse esse o caso é porque tinha de ser, além do mais não estamos desesperados à procura. Não tem de ser algo que tenhamos de comprar hoje ou amanhã. Se há coisas que me levam a desistir de uma compra é a insistência dos vendedores.

- Peço desculpa por a ter feito sentir-se pressionada. Desejo-lhe um feliz Natal. Brevemente falaremos.

O quê? Brevemente falamos? O homem ainda estava pensar ligar-me? Deus me livre!

- Peço-lhe que não volte a ligar-me.

Fiquei tão farta de ouvir a voz dele que parece-me que nem com uma super promoção eu faria negócio.

Nota: O meu carrinho depois de me oferecer nova avaria dia 4 ficou fechado na garagem de castigo. Só sairá de lá quando eu entender. Bem, poderá recusar-se a andar nessa altura. Seja como for estou desenrascada com o carro do Miguel.

 

A minha mãe no outro dia dizia-me "Oh filha alguma bruxa te viu". Isto devido a vários azares com o meu carro e não só, como este ,  este , este , este e muitos mais . Parece que tenho de concordar com ela, apenas tenho uma duvida, ou são varias bruxas ou é apenas uma? Caso seja apenas uma tem de ser muito boa, a contar pelos estragos que tem feito. Isto tudo para vos dizer que o meu belo carrinho teima em deixar-me louca e arrasada. Nos 10 dias que estive por Marrocos de ferias o meu carro também passou ferias, exactamente os mesmos dias que eu, na oficina do mecânico. Ao preço que custou a estadia (405 euros) do dito cujo era de esperar que viesse "novo".  13 Dias depois dá-lhe nova maleita. Bem, nesta altura não sei se foi nova ou se padece do mesmo que anteriormente.

Sai de casa com a ideia de comprar a prenda do Pai Natal Secreto e investigar possíveis prendas para o maridão e para a filhota, no Centro Comercial. Quando vou a chegar ao parque de estacionamento oiço um barulho esquisito no carro e verifico que o manómetro da temperatura tinha deixado de estar no meio e descido 2 tracitos. Estaciono e quando saio do carro vejo fumo a sair do capô. Fiquei para morrer. Não percebo nada de carros é certo, mas a ultima ida dele à oficina tinha sido devido à subida do ponteiro no manómetro da temperatura e agora embora o ponteiro estivesse no sentido inverso o que é certo é que aquele manómetro continuava a indicar que algo não estava bem.

Telefonei para a assistência em viagem pedi um reboque e um táxi. Lá vim eu com uma telha do caraças e com uma vontade enorme de chorar, mas em vez de ir para casa acabei por ir comprar o que me tinha proposto. A prenda do Pai Natal secreto já está comprada e à espera de chegar a Segunda Feira para ser enviada.

Neste momento continuo com uma telha das grande, já tive o meu momento de choradeira (vale o Miguel que apesar de estar longe continua a conseguir-me acalmar-me nos piores momentos) e para compor o ramalhete tenho uma dor de cabeça das grandes.

Catarina não achas que mereço que o Pai Natal passe por aqui antes de passar por ai ?

Puta que pariu o meu carro e a bruxa que me rogou alguma praga! (desculpem, mas teve de ser)