...que nos tiram o chão e que nos fazem pensar no caminho que traçamos e nas nossas escolhas.
Acordei bem disposta com vontade de comprar o resto das prenditas de Natal e procurar algo para vestir nesta época natalícia. A boa disposição acabou depois de encontrar uma amiga que já não via há uns meses. Uma amizade de há vários anos em que nos encontrávamos com frequência. Não apenas ela e eu, mas o Miguel e o marido dela. Acabámos por nos afastarmos apenas pelo rumo das nossas vidas.
A ultima vez que tínhamos estado juntas contou-me que o marido estava com um problema de saúde. Segundo os médicos o problema de visão devia-se aos óculos que usava com frequência para ver ao perto. Óculos esses comprados sem ser nas lojas da especialidade. Hoje a chorar diz-me que a vida dela tinha ruído e queafinal o marido tinha um tumor na cabeça e que nada havia a fazer. Bem...o choque foi tão grande que não sabia o que dizer. É verdade que lido com alguma frequência com a morte e com doenças do género, mas caramba ele tem apenas uns anitos a mais que eu e uma vitalidade tão grande que não parava.
Quando ela me diz "Ao pé dele tenho de ser forte, mas quando estou sozinha e penso como será a minha a vida sem ele a dor é tão grande. Nós que sempre vivemos um para o outro." fiquei de rastos, não só por ver o seu sofrimento, mas por me conseguir colocar na pele deles.
Este encontro fez-me questionar se as metas que eu e o Miguel nos impusemos valerão a pena?