A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
Alguns já sabem do meu pavor pelo mar, piscinas e afins. Felizmente em relação ao duche este problema não se põe.
Isto para dizer que não lido muito bem com a agua e talvez por isso muito raramente me lembro de ver se o meu carrrito precisa dela.
A semana passada liguei o aquecimento uma vez que além frio os vidros estavam um pouco embaciados. Assim que rodei o botão ouvi um barulho estranho e pensei "ah deve de ser de não ter agua no recipiente de lavar os vidros".
Riam-se que eu mereço. Esta é uma prova em como não entendo nada, nadita de mecânica e coisas do género.
Felizmente o Miguel veio até Portugal e calhou em conversa do carro fazer o tal barulho estranho.
-Quando ligo o botão do aquecimento aquilo faz uma barulheira, achas que é por não ter agua para limpar os vidros?
-O aquecimento não tem nada a ver com essa agua. Por acaso tens visto de o radiador tem agua?
-Não...
-Pois então acho melhor veres porque quer-me parecer que o carrito vai dar as ultimas.
No dia seguinte fui até à garagem munida de uma garrafa de agua.
Até me custa dizer, mas o carro não tinha uma pinga de agua.
Ora se o meu Miguel não viesse a Portugal, a esta hora já tinha feito o funeral ao meu carrito.
O meu trauma com a agua não se fica por aqui, mas também passa pelas plantas. Sim, sim ora as mato com agua a mais ou com agua a menos.
Não tenho emenda!
Alguns meses antes da partida do Miguel já andávamos à procura de casa. Um problema grave de infiltrações vindas do apartamento por cima do nosso e apesar do empenho do senhorio em resolver o problema acabámos por ver que não tínhamos alternativa. Quase um ano depois de detectar o problema, duas seguradoras que não se entendem e um administrador de condomínio que não cumpre o seu papel fomos obrigados à dura tarefa da mudança. Melhor dizendo, fui, pois a escolha e a mudança apenas se deu quando o Miguel já estava por terras marroquinas.
A escolha da casa não foi fácil. Procurava algo de preferência mais barato, perto da zona onde vivia e que tivesse condiciones para viver com conforto. Apenas em Agosto encontrei algo que agradou.
Como devem calcular não ter um homem em casa para ajudar não foi "pêra doce". Contactei algumas empresas de mudanças, coisa nada fácil, pois ter um feriado antes do fim-de-semana da mudança dificultava a disponibilidade de algumas. Felizmente o meu trabalho por turnos fez com que não tivesse que pedir dias. Os meus pais, apesar da idade ajudaram imenso. Vários dias o meu carro, o da minha filha e o do meu pai fizeram dezenas de viagens. Felizmente que as duas casas eram perto uma da outra.
Tudo corria bem e dentro do planeado quando o meu carro resolveu dar-lhe um fanico e recusou-se a andar. A embraiagem decidiu que estava na altura de ser substituída. Um arrombo, não só na questão das mudanças como nas despesas.
Ainda assim e apesar de me ter ido a baixo com este imprevisto acabei por arregaçar as mangas e continuar. A última noite foi passada no apartamento antigo e a dormir no chão, pois toda a mobília já tinha sido levada e os planos de ter água nesse dia caíram por terra.
Já tinha tido dificuldade em tratar da aquisição do contador, pois os dados na câmara não batiam certo com os dados da morada. Vai dai peço à imobiliária para me arranjar a caderneta predial, coisa que achei que iria resolver o problema. Nada disso. Supostamente a morada correcta era a que estaria na caderneta, mas o raio da letra "C" que estava em sistema na câmara fazia com que a funcionária não tivesse a certeza de ser aquele apartamento. Nem eu a dizer que apenas faltava aquele contador em todo o prédio fazia com que as coisas se resolvessem. Vendo o meu desespero e confiando em mim a moça lá tratou de tudo. Segundo ela e ficando escrito, na pior das hipóteses dai a 2 dias teria agua. Pois, ao 3º dia não a tinha e como aqui a menina não é de ficar de braços cruzados, apesar das 10 horas anteriores em cima do "coiro" serem passadas a trabalhar logo que acabei o turno dirigi-me para a câmara...