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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

O contacto de uma empresa qualquer para levantar um determinado prémio fez-me voltar uns 10 anos atrás e recordar as dores de cabeça que tivemos. 

Hoje não quis saber de que se tratava, mas naquela altura recordo-me de me dizerem que tinha um fim de semana pago e para o levantar tinha de ir a num determinado hotel e de eu ter dito "pois, mas para isso tenho de comprar algo". Do outro lado disseram que não era necessário comprar nada, que era chegar lá e levantar o prémio. Apesar de ter ficado com o pé atrás acabei por contar ao Miguel para saber se deveríamos ir ou não. Para uns doidos por ferias, escapadinhas e afins acenarem-nos com um vaucher é como nos oferecerem ouro. Lá fomos nós ao dito hotel, mas antes combinámos que nada compraríamos.

Estavam lá vários casais e na minha ingenuidade achei que poderiam estar hospedados ali. Fomos à recepção e indicaram-nos onde nos devíamos dirigir. A senhora que nos atendeu pediu para aguardarmos um pouco que alguém viria falar connosco e eu digo-lhe  "Aguardar? Disseram-me para vir levantar um vaucher...", " E é". Ouvindo as conversas de quem ali se encontrava tive a certeza que iriamos apanhar uma seca das grande e digo ao meu marido " Miguel que tal irmos embora? Parece-me que não é como me disseram." Não sei como mas rapidamente chegou um moça simpátiquíssima que nos convenceu a acompanha-la. Eu ia amuada e a pensar "estás a cair que nem uma patinha".

Levou-nos para uma sala onde estavam muitos mais casais, todos eles acompanhados de colaboradores da dita empresa. Disse à moça que não estava a ser como me disseram ao telefone e que apenas estava ali para levantar o prémio e não para comprar alguma coisa. Disse-me que o prémio era nosso, mas que gostaria de nos dar a conhecer alguns sítios onde poderíamos passar ferias a baixo custo. Ora mais uma vez a palavra magica tinha sido dita "FERIAS". Eu continuava amuada e o Miguel todo entusiasmado.

Resumindo, estivemos cerca de 1 hora a ouvi-la. Falou-nos de vários hotéis que até conhecíamos, falou-nos em varias zonas que gostávamos de conhecer e falou-nos em especial de preços. Sabíamos que os números que nos mostrava era muito menores do que se fossemos nós a marcar no próprio hotel. A diferença era enorme. Bastava apenas fazer um contrato para comprar uma semana de ferias por ano durante toda a vida.

O Miguel perguntava-me "o que achas?"  Eu achava bom demais para ser verdade e bati o pé a dizer que não. A moça vendo que não me conseguia dar a volta pede-nos licença levanta-se e quando volta trás consigo um homem. Simpático, muito simpático, diga-se. E que nos apresenta como sendo o seu chefe. 

A lavagem cerebral continuou por mais uma hora. Não sei se o homem era mesmo bom a falar ou se o cansaço era tanto que acabou por me fazer ceder. Saímos de lá com um contrato cheio de letras pequeninas, com um contrato de uma instituição bancaria ao qual pagaríamos uma quantia mensal durante não sei quantos anos e com a garantia que poderíamos escolher a tal semana de ferias em QUALQUER ALTURA do ano. Esta era a parte em que eu estava mais renitente, pois tanto eu como ele apenas conseguíamos ter ferias em Julho ou Agosto. Recordo-me de ter insistido muito nesta questão e de ter perguntado varias vezes se não estava reservado apenas para as épocas baixas. Deu-me a sua palavra que era quando nós quiséssemos, apenas era necessario de marcar com alguns meses de antecedência.

Faltava apenas alguns documentos que não tínhamos ali e o senhor disponibilizou-se a ir connosco a casa busca-los. Segundo ele ficaria assim tudo tratado e já podíamos começar a pensar em marcar as ferias. 

Já no meu sofá pego no contrato e vejo em letras pequenas RESERVAS EM ÉPOCA BAIXA. Como devem calcular fiquei possessa e com vontade de me esbofetear. Telefono para o hotel e peço para falar com alguém da tal empresa e dizem-me que já não estava lá ninguém. Telefono para o numero que estava no contrato e ninguém atende. Fiquei para morrer e o Miguel não estava melhor. Tão cuidadosos que costumávamos ser e tínhamos sido enganados sem nos apercebermos. Combinámos que no dia seguinte eu iria fazer todos os possíveis para entrar em contacto para pedir esclarecimentos. Não será preciso dizer que não preguei olho.

No dia seguinte depois de varias tentativas lá consigo que me atendam. Explico o caso e peço para falar com o tal fulano que me tinha dado a volta. Depois de varias tentativas falhadas e apenas depois de dizer que iria anular o contrato é que consegui falar com ele.

Gostaria de ter falado com ele pessoalmente, mas segundo ele já não se encontrava na minha zona. E digo gostaria porque acho que lhe partia a cara.

Não me recordo exactamente das palavras, mas além de lhe chamar varias coisas disse-lhe que era indecente aquilo que faziam às pessoas. Perguntei-lhe se conseguia dormir descansado sabendo que me tinha enganado ao dizer que poderia escolher a época que quiséssemos. No final disse-lhe que sabia que tinha alguns dias para anular o contrato e que era isso que ia fazer. Pediu-me para não o fazer já porque ia falar com o chefe para abrir uma excepção e eu poder marcar as ferias em época alta. Não vos sei dizer como, mas o gajo mais uma vez deu-me a volta. Ao final do dia o tal chefe ou fosse lá quem fosse telefona-me e pede-me desculpa pela confusão e que por esse motivo iria abrir uma excepção fui  tão burra e que eu poderia escolher a data que quisesse. Pedi-lhe então para me enviar por escrito.

Como seria de esperar ao fim de 4 dias ainda não tinha chegado nada. Ora tive mais um acesso de burrice e telefono ao dito cujo para o informar que não tinha chegado nada continuava a ser burra. Como não foi ele que atendeu deixei recado que iria de imediato proceder à anulação.

Como tinha ouvido algumas queixas de pessoas que tinham passado pelo mesmo e que não tinha sido fácil a anulação achei melhor dirigir-me a DECO.

Estava a ser atendida quando o fulano me liga e me diz "D. Joana vou agora enviar o contrato" e eu digo-lhe "Não se incomode porque já estou na Deco a tratar da anulação". E desliguei o telefone.

Ainda tentou ligar varias vezes mas acabou por desistir visto eu nunca o atender.

Apesar de conseguir fazer a anulação ainda ficamos com prejuízo de 10 contos (ainda não havia euros) pela abertura de processo. Imagino que muitos mais totós como eu e o Miguel lhe tenham enchido os bolsos.

Na altura não segui com nenhuma queixa, mas acredito que se fosse hoje o teria feito.

 

 

 

 

 

 

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