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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Penso que a grande maioria dos que aqui passam sabem que trabalho com idosos e sabem também que a grande maioria dos dias adoro a minha profissão e outros...Deus me ajude a aguentar.

Como em todas as profissões há dias terríveis. Aqueles dias em que sei que tenho certas tarefas e não as consigo cumprir, sim porque lidar com pessoas idosas o ritmo não é igual todos os dias. Depois há os dias em que lidar com as famílias é mais difícil do que lidar com o idoso. Nos dias em que os imprevistos acontecem (quase todos os dias) a grande maioria das vezes tornam o turno mais cansativo e desanimador. Depois temos os dias em há mortes. Poderia dizer que esses são os piores, mas nem sempre o são. Há uns anos, antes de tirar o curso de Geriatria afirmava que nada seria pior que a morte, mas depois vários anos a trabalhar nesta profissão já não penso assim. Não acredito que estar agarrado a uma cama, sem se poder mexer, falar  ou expressar-se de alguma forma e ainda apercebermo-nos que a pessoa sofre seja preferível do que morrer.

Esta noite morreu-me uma utente. É triste é certo, mas acredito que tenha sido melhor assim. O sofrimento era grande e nada mais havia a fazer.

Voltando ao meu curso, sempre que falávamos da morte dizia que não iria saber lidar com ela, que iria fugir e que jamais iria conseguir fazer a higiene  ou vestir uma pessoa morta. Pois, 8 anos após aqui estou eu a falar da morte e de todo o processo que a envolve com  a maior naturalidade. Tornei-me fria? Não, apenas aprendi a lidar com algo tão natural como a morte.

Paz à sua alma.

 

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