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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Da minha viagem de Marrocos para Portugal vivi duas situações que me vão ficar na memoria. Uma boa e outra ridícula, hilariante e até engraçada.

Desta vez éramos apenas 15 pessoas no avião e calhou-me ficar no banco da frente, mesmo ao lado da porta. Logo que me sentei analisei como abrir aquilo em caso de emergência, mas ainda agora acho que se tivesse tido o azar de necessitar não ia conseguir abrir aquilo. Os passageiros ainda estavam a entrar quando o piloto veio fora da cabine e eu digo-lhe "Até que enfim que vejo a cara do piloto. Pode ser que o meu medo de andar de avião desapareça".  "Medo? Então convido-a para nos fazer uma visita à cabine durante o voo." Euzinha estava a receber um convite? Nem queria acreditar. " A serio? Posso ir?"

  -Quando o voo estabilizar peça à assistente para a trazer que terei todo o gosto em recebe-la.

Por uma lado estava empolgada, mas por outro receosa. Se eu detestava olhar pela minúscula janela como ia conseguir olhar de frente num vidro muito maior?

A coisa estabilizou e lá fui eu. Confesso que me senti um bocadito importante com os olhares de admiração dos passageiros que estavam ao lado do meu banco.

Claro que já tinha visto em filmes como eram as cabines dos aviões, mas ver ao vivo a quantidade de manómetros e botões deixou-me de boca aberta. Mostrou-me quais os botões que indicavam quando havia problemas mecânicos. Quando lhe disse que o meu maior receio era andar em cima do mar, mostrou-me quantos quilómetros faltavam para viajarmos em terra. Faltavam cerca de 180 quilómetros para sobrevoarmos Faro.  Afinal olhando o vidro não via grande coisa, aliás ali até via menos, pois não estava assim tão perto para poder olhar para baixo. Foi uma experiência nova que me deixou bem mais tranquila. Ah, algo não menos importante e marcante, o co-piloto? Ai, santíssimo sacramento que o homem era um arraso! Cerca dos seus 30 e poucos anos, barba (que adoro) e com um sorriso misterioso.

Chegada a terra sã e salva e com pressa de sair do aeroporto para apanhar o autocarro que me levasse à minha cidade sou a primeira a chegar ao local onde se mostra o passaporte. Nenhum guichet estava aberto e tive de passar no local onde diz "passaportes electrónicos". Não me agradou nem um bocadinho. Prefiro mostra-lo à policia do que mostrar à maquina, pois costumo ter alguma dificuldade na leitura do passaporte e claro que não foi excepção. Primeira tentativa e nada, a porta não abriu. Mudo de sitio e mais uma vez a maquineta não me obedeceu. Terceira tentativa e a porta abriu. Nesta altura as 14 pessoas já tinham todas passado e eu encontrava-me no meio de 2 portas e à frente da câmara. Nada, nadita daquilo funcionar. Nada me admira que foi devido à minha cara de enfadada que a câmara não me reconhecia e como tal não abria a porta. Não sei precisar quanto tempo passou, mas creio que uns 2, 3 minutos quando veio um policia ter comigo a rir. Eu dizia-lhe "parece que vou ter de ficar aqui"  e dizia "não se preocupe que eu trago-lhe jantar". Tentou passar o passaporte e novamente a porta focou imóvel, passou sinal à colega que estava no guichet e ela tentava abrir através do computador e nada. Já riamos os 3. Ele ora ia ter com a colega ora vinha ter comigo até que trouxe umas chaves e diz-me "vamos lá ver se é agora que conseguimos tira-la dai". Felizmente a coisa resultou e passado alguns minutos estava livre para ir buscar a mala. Só para terem a ideia que que realmente passou bastante tempo quando cheguei apenas minha mala andava no tapete e nem sinal dos outros passageiros.

Só a mim!

 

 

 

 

 

 

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