A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
Destas situações aprendi que para Marrocos não vale a pena enviar correspondência e para Portugal quando o voltar a fazer irei faze-lo com registo.
Fui aos CTT saber o que poderia fazer para descobrir onde andava a encomenda e claro como previa nada, ou quase nada. Tenho uma folha para preencher, mas segundo me disseram é melhor perder a esperança.
Estou danada, porque foi escolhida com tanto carinho e a pensar na casa nova e agora não encontro igual.
Deu-me para entrar numa loja e olhar os saldos com ideia de ver peças de roupa que dessem para a próxima estação.
Encontrei uma túnica que me agradou bastante e muito mais me agradou o preço. Sou mulher de pechinchas e esta foi uma delas.
Não me apeteceu despir e decidi que a iria experimentar em casa.
Meto a mão ao saco e achei a túnica um bocado pesada. Então não é que veio com um presente?
Nada mais nada menos que o alarme.
Felizmente guardei o talão, caso contrario não teria coragem de lá voltar para mo tirar. Como provaria que não a tinha roubado?
Não fosse esta maldita dor de cabeça, que passou a noite comigo, diria que seria um inicio de dia perfeito abrir o blog e ver o meu post destacado
É verdade que um padre é um homem, e os homens erram, mas confesso que nunca imaginei um padre numa situação destas
Não me refiro ao senhor conduzir em contra mão(não que não seja grave, mas acredito que poderá acontecer), mas caramba bater em 2 veículos fazer inversão de marcha e ir embora?
Como a minha mãe diz "estamos no fim do mundo".
Já passaram mais de 2 semanas do Natal e eu ainda não falei dele. Sobrevivi a 3 noites de trabalho,nas quais 1 na véspera e outra no próprio dia de Natal. Não seria de admirar que com o sono que tinha a comida saísse mal, mas correu tudo bem e confirmou-se novamente a boa cozinheira que sou.
Por incrível que pareça não tirei uma única fotografia da comida, mas para compensar tirei das prendas de Natal.
Quanto ao jantar de passagem de ano foi em casa já que aqui a escrava trabalhou ate às 22 horas. Menos mal que o maridão já tinha tudo pronto. E diga-se tudo feito por ele e delicioso.
Quando a medica chegou, vinda não sei de onde perguntou à auxiliar " Já telefonou para o informático?
A resposta deixou-me de boca aberta " Não atendeu. Saiu às 5 horas". Eu sabia que ela não tinha ligado, mas fiquei caladinha. Apenas queria ser consultada e ir embora daquele local que mais parecia um hospital de doidos.
-Saiu? Ainda à pouco tempo falei com ele.
Mandou-me entrar no consultório e diz-me " Estou a trabalhar à 2 dias e já estou de rastos. É impossível trabalhar assim".
Agarra no telefone, marca um numero e começa a bater com ele na mesa. Uma, duas, três e quatro vezes. Naquela altura tive a certeza que aquilo seria para os apanhados. Uma medica que me deu um puxão de orelhas sem eu ter alguma culpa, uma medica que berra, uma auxiliar que não faz o que a medica mandou e diz que fez e para finalizar ainda vejo a medica a bater com o telefone na secretaria. Só poderia ser para algum canal de TV.
Do outro lado da linha alguém falou e tive a certeza que estava a falar com o tal informático. Ora se assim era presumi que a auxiliar iria ter problemas com a mentira.
A medica irritada tentava provar ao homem que aquilo não estava a funcionar e que não podia sair do consultório de cada vez que tinha de chamar um doente. A irritação dela era evidente e via-se que aumentava. Vira-se para mim e diz-me " se faz favor chame-me a auxiliar".
Por momentos pensei em dizer-lhe "vá lá a Drª", mas levantei-me feito um cordeirinho e fui à procura dela. Encontro-a agarrada à esfregona e digo-lhe " a medica mandou-me chama-la. Deve de achar que sou filha dela ou moça de recados". Chegada ao consultório ainda está ao telefone diz-lhe "com que então já tinha saído? Engraçado estou a falar com ele". " Telefonei mas como ninguém atendeu pensei que tivesse saído às 5". A medica ainda lhe disse algumas palavras menos simpáticas, mas com razão, diga-se.
No final do telefonema diz-me que assim é impossível de trabalhar, que ninguém quer trabalhar e que a vontade dela é pegar nas coisas e ir embora.
Eu estava enervada e irritada com todas aquelas situações, mas tinha de dar razão à medica. Trabalhar sem condições e com pessoas que não se esforçam para que as coisas corram bem deixa qualquer um à beira de um ataque de loucura.
Quanto à consulta propriamente dita foi feita e com o diagnostico que estava tudo bem com os meus olhos.
Sendo assim parece que vou ter de voltar à medica de família para me enviar a outra especialidade e ver se descobrem o porquê da visão turva e psicadélica.
Tenho andado ausente, não porque não me apeteça escrever, mas os meus horários, a estadia do Miguel por cá, a ida dele, as arrumações da casa, as dores de estômago e a ida ao medico têm-me deixado sem tempo.
Ontem foi dia de ida ao medico, não por causa do estômago, que vai-se recompondo aos poucos, mas devido à visão psicadélica .
Devo dizer que fiquei impressionada com a rapidez com que fui chamada ao hospital. 1 mês após a medica de família ter enviado a credencial fui atendida. Recordo-me de ouvir as pessoas falarem que estavam meses à espera por uma consulta. Das 2 uma, ou não há doentes ou há mais médicos.
Antes da hora marcada lá estava eu com a inscrição feita e mal me tinha sentado já estava a ser chamada. Fizeram-me os exames normais que fazem no oculista e mandaram-me aguardar informado-me que me chamariam novamente pelo mesmo numero. Fui lendo uma revista e olhando para o ecrãn não fosse chamarem-me e eu não ver. Creio que uma meia hora depois entra na sala de espera uma medica, com sotaque estrangeiro e pergunta, com voz irritada pelo numero 0666. Ninguém se acusou e ela diz " Não estão atentos?". Novamente não se ouviu ninguém e ela com a voz ainda mais irritada pergunta " Quem é a Joana Maria?". Ora Joana Maria era eu, mas não era o numero que ela tinha chamado, mas ainda assim levanto-me e digo "Sou eu". Nem me deixou acabar e diz-me em tom autoritário " Não está atenta ao ecrãn?". Em espaço de segundos pensei "Ai santíssimo sacramento que isto vai correr muito mal". Respirei fundo e disse-lhe que apesar de me chamar Joana Maria não tinha o numero que ela tinha chamado e mostro-lhe a senha. Manda-me entrar para um corredor onde estão os gabinetes médicos e começa aos berros a chamar o nome de alguém. Deduzi que seria alguma auxiliar ou enfermeira. Depois de varias tentativas frustradas e aumentando o volume lá diz alguém "ela já foi embora". "Então venha cá você".
Naquela altura recordei-me da minha consulta de dermatologia no mesmo hospital e ao comparar o momento achei que tinha o condão de trair médicos tão simpáticos .
A auxiliar aproximou-se com cara de que não lhe apetecia nada e pergunta-lhe o que se passava.
- Telefone para o informático e diga-lhe que o numero que eu chamo no computador não é o mesmo que aparece no ecrãn.
- Mas já se telefonou e o problema é da maquina onde se faz a inscrição...
-Não quero saber. Telefone e fale com a pessoa.
Vira as costa e vai embora. Eu ali fico no corredor a barafustar coisas do género "isto vai correr muito mal", "a mulher é doida", " acordou mal disposta e eu é que vou pagar". A auxiliar sorri para mim e faz sinal como quem diz "haja paciência".
Pensei que ela iria pegar no telefone e fazer o que a medica lhe tinha ordenado, mas pegou na esfregona e continuou na limpeza.
Ali estava eu à espera e a pensar se aquilo não seria uma cena para os apanhados.