A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.
Tal como o Miguel previa chegou aos correios e disseram-lhe que não era ali que ela se encontrava.
Tinha tanta esperança.
Agora rezo para que segunda feira não seja feriado e termos assim mais um dia para a tentar encontrar.
Devem de estar pensar "rezar para não ser feriado? Mas é ou não é?".
Pois por aqui os dias de feriados têm a ver com a lua e neste momento tanto pode ser Domingo como Segunda.
Pois, que seja Domingo (desculpem-me os trabalhadores)!
Tenho-me sentido tão bem nesta ultima semana que aqui estou com o maridão que até tive de ir ao calendário saber a data de hoje.
Dia 29 ou seja apenas faltam 9 dias para a minha cabeça deixar de estar leve e sem stress.
Em relação aos carteiros não sei se nas grandes cidades funcionam como na minha em que eles vão entregar a correspondência a cada casa.
Pois aqui em Tanger parece que a coisa não funciona assim, ou pelo menos na zona onde o Miguel tem casa.
Na sua ultima ida a Portugal e na tentativa de se livrar de pagar impostos em Portugal (e tentar não pagar este balúrdio ) uma vez que não tem rendimentos ali chegámos à conclusão que o primeiro passo seria mudar a residência fiscal (coisa que me deveriam ter dito nas muitas idas e telefonemas para as finanças).
Cartão tratado aguardámos com muita expectativa e ansiedade a vinda da carta para a nova morada, já que obrigatoriamente tinha de ser enviada para Tanger. 15 dias passados e nada de carta. Ele lembrou-se que poderia estar nos escritórios do condomínio. Fiquei a torcer para que lá estivesse. Sim, sem aquela carta o cartão de cidadão não pode ser confirmado e a reclamação para as finanças não pode ser feita, ou seja aquela quantia terá de ser paga.
Não estava lá, mas pelo menos ficou a saber que os carteiros não entregam as cartas aqui. Segundo parece o facto de serem muitas habitações e serem muitos estrangeiros levou a essa decisão.
E para onde vão as cartas?
Para o posto de correios mais próximo por 3 meses. Depois disso vai para o posto de correios centrais até se desfazerem de velhas.
Se a coisa for assim a carta estará lá e estamos safos.
Quanto ao Postal deverá estar nos correios centrais, o que me deixa feliz. Pelo menos não fui causadora de nenhum divorcio.
Na minha volta ao supermercado detectei que consigo comprar maior quantidade de coentros por menos dinheiro que em Portugal.
Consigo trazer estes 2 cremes por menos dinheiro do que custa 1 em Portugal
Este gel custa cerca de 60 cêntimos a menos por aqui
Já o café custa pouco mais de 5 euros e em Portugal compro por mais de 6 euros
Por pouco mais de 7 euros compro esta mascara e em Portugal pago mais de 11
Parece-me que já tenho aqui umas boas desculpas para não voltar a Portugal
Na minha vinda a Marrocos tinha programado comprar uns trapitos para o inverno, mas não está a ser fácil. A grande maioria das lojas apesar de terem já alguma colecção de outono/ inverno a roupa não é quente.
Ontem foi dia de visitar os 2 novos centros comerciais em Tanger (este e este ) Não fossem algumas mulher vestidas com roupa típica marroquina diria que estava em Portugal.
Apenas comprei uma camisolão para o inverno, mas o Miguel convenceu-me a comprar também algumas peças a pensar no próximo verão. Pechinchas como eu gosto.
Encontrar uma fofura destas
vê-lo a miar atrás de mim e não o poder levar para casa.
Fiquei de rastos.
Fui dar a minha voltinha e vim para casa a chorar.
Conseguem adivinhar o porquê?
Já passaram 5 dias desde que aqui cheguei. Se há uns dias pedia para o relógio andar mais rápido agora peço para parar.
A viagem correu bem, o mar estava calminho, não andei com o colete, mas não tirei os olhos dele.
Entrar no barco com o carro não é para todos. A distância entre as paredes do barco e o carro são milímetros.
O Miguel sempre me disse que os marroquinos nascem com mãos nas buzinas dos carros e tive a prova na saída do barco. Imaginem dezenas de carros em varias filas à espera de ordem para saírem e todos a apitarem. Todos não, pois o Miguel estava quietinho.
Chegada à cidade e à avenida principal que vai para nossa casa diz-me o Miguel " É melhor ter cuidado porque aqui nesta zona fazem-se as maiores barbaridades que se possam imaginar". De repente passa um carro à nossa frente vindo de um cruzamento passando 6 faixas e passando um duplo continuo. Ali estava a prova que tínhamos chegado a Marrocos.
Tirando a loucura do transito não me queixo de nada.
Continuo a adorar a casa e a senti-la minha, adoro ir à janela e ver os camelos, as ovelhas, os gatos e os cães. Ver gente com hábitos diferentes dos meus e roupas diferentes das minhas. Adoro ir à compras sozinha e misturar o francês, português, espanhol, árabe e fazer-me entender. Adoro ir ao restaurante onde o Miguel vai com frequência e sentir que o tratam como família e que apesar de não me verem com frequência me tratam com carinho.
Fazem falta os meus gatos.
Sinto falta da minha filha, mas sei que faz-lhe bem eu estar longe. Tenho a certeza que a vai fazer crescer como mulher.
Depois de uma semana de loucos em que consegui conciliar o trabalho com a vinda do Miguel eis que me encontro de ferias. Merecidas diga-se. Não só porque sou boa rapariga, mas devido à correria da ultima semana. Isto de ter cá o maridinho não é só relax. Queremos aproveitar todos os momentos e como já não vou para nova o corpinho recente-se.
Conseguimos dar um passeio a Aveiro e Coimbra, fizemos muitas algumas visitas a lojas de mobiliário, escolhemos uma mobília de sala, pintámos uma das paredes da sala e fomos visitar os nossos "amigos" das finanças para tentar resolver esta dor de cabeça .
Daqui a uma horita iniciamos a nossa viagem de regresso a Marrocos. Pela primeira vez irei fazer a viagem de carro e como tal irei ter de passar de barco. O Miguel garantiu-me que existem coletes salva vidas, mas que ninguém usa. Devo de ser a primeira a andar com um na mão em toda a viagem. Não vá o diabo tece-las e aqui a menina precisar de um e não haver.
O próximo post será escrito em Marrocos, espero eu.