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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Foram muitas as vezes que andei na NET tentada a comprar roupa, mas sem ter coragem de finalizar o pedido. Umas vezes porque tinha de pagar com cartão de credito e não queria arriscar e outras por ter receio que a escolha do tamanho não fosse a correcta. Certo que tinha sempre hipótese de devolver, mas isto de andar para trás e para a frente com as coisas não faz o meu género.

Através de uma amiga fiquei a conhecer o Site AliExpress. Comprava com frequência vários produtos e nunca tinha tido problemas nem com a entrega, nem com o material. Depois de pesquisar arrisquei e mandei vir esta  e esta  . O risco não era assim tão grande pois o preço não era nada caro e caso a qualidade fosse má serviria para dormir.

A primeira veio muito rápido, creio uma semana depois do pedido e a segunda chegou hoje, 25 dias depois.

A qualidade da rosa é muito superior à da azul, ainda assim valeu bem a pena.

Agora estou aqui a controlar-me para não gastar dinheiro.

Espero que S. Pedro mande sol e calor para poder vesti-las. 

 

 

Quando uma pessoa vai ao supermercado olha para os bolos e bolachas e não há nada que apeteça, só tem 2 alternativas.

1ª- esquecer os docinhos e fazer aquilo que sabe ser o melhor para o físico barriga;

2ª Ir para a cozinha e colocar as mãos na massa.

Pois, optei pela 2ª hipótese e saiu isto

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Devo dizer que apesar de não ter mãozinha para os doces a coisa correu tão bem que estou surpreendida comigo própria. Ficaram deliciosas.

Para quem quiser arriscar: 250 g de farinha, 100 g de açúcar, 1 ovo, 100 g de manteiga. Juntar o açúcar com a manteiga derretida, o ovo e aos poucos a farinha. Amassar tudo até ter uma consistência de plasticina. Estender a massa, dar a forma que quiser e levar ao formo a 180º.

Tudo começou à cerca de 2 semanas atrás quando o Miguel veio a Portugal. Veio para passar o meu aniversario e ao mesmo tempo para concretizar um dos nossos planos. Planos que comprar um carro. Já tínhamos decidido que compraríamos um para ele e o dele ficaria para mim e assim desfazia-me do meu que tantos problemas e tantas contas altas me dava. Para quem não sabe não ligo nada a carros, não tenho nenhuma marca de carro ou modelo que seja o meu sonho e qualquer carro desde que ande e não dê problemas é bom. Ah, e a meu ver quanto mais simples melhor. Portanto quando ele me falava que tinha isto e aquilo, coisa que para mim era chinês e  depois de me explicar o que era, eu perguntava "Mas isso é preciso?", "Mas quando avariar vai ser uma pipa de massa, não é?". 

Depois de escolhido foi altura de o experimentar e aqui começou a minha dor de cabeça. Aquilo é automático e tinha montes daquilo que eu chamo "paneleirices". Caso para dizer que se quando ando com o carro dele por vezes carrego em todos os botões para abrir o deposito da gasolina, andando naquele nada me admiro que carregue em algo e seja injectada pelo tecto. 

Conduzi-o e adorou (coisa que não entendo) e quis que aqui a menina também o fizesse. Recusei. Então nunca conduzi uma coisa daquelas, o carro não era meu, ainda por cima com o vendedor lá dentro como é que me iria sair? Mal, certamente e por isso disse NÃO.

Negocio fechado e foi combinado que logo que tivesse toda a documentação me contactaria para entregar o carro. Ora mais uma dor de cabeça. Eu tinha de ir buscar o carro, carro esse que me tinha recusado a conduzir, aquele em que o pé esquerdo tem de estar quietinho e só o direito é que trabalha. Sim, senhora estava metida numa alhada. Noites de sono mal dormidas à custa disto.

A parte melhor para mim, não era ter um carro novo, mas livrar-me do meu que tanta dor de cabeça me dava. Na altura expliquei ao senhor que o único problema que ele tinha era o limpa para brisas do lado do pendura estar avariado. 

Na minha ideia e como na semana anterior o tinha tirado do castigo (estava fechado na garagem), em que o tinha colocado quando me presenteou com a ultima avaria, achei que era dar a chave e que ele andava. Puro engano. O estúpido recusou-se a andar. Ora na minha cabeça a bateria tinha ido à vida, o que queria dizer que ia ter de gastar mais dinheiro. Só ia saber quando o mecânico lá fosse, mas poderia ser apenas falta de carga. Achei que o melhor era só o chamar no dia da entrega. Mais umas noites a dormir mal.

Na terça feira o vendedor liga-me para combinar a entrega. Peço-lhe para ser na quinta, isto para ter tempo para o limpar por dentro e para o lavar por fora. Sim, gosto muito de fazer limpeza em casa, mas o carro costuma andar pior que as barracas dos ciganos.

Em conversa com o Miguel diz-me que o melhor era ligar ao mecânico e combinar com ele no dia antes para ter tempo de o deixar pronto ou para dar tempo de resolver algo que fosse necessário. Eu só reclamava e dizia que culpa era dele, pois quis comprar carro e eu é que tinha ficado com tudo para resolver. Ele ria e dizia "tu vais gostar tanto de conduzir o outro que vais querer ficar com ele para ti", "Mas porque raio sofres por antecipação quando sabes que vai tudo correr bem?". Ainda fiquei mais danada.

Fiz como me disse e ontem liguei ao mecânico. Combinamos que vinha ter comigo para colocar o carro a trabalhar. Enquanto as horas iam passando eu ia pensando nos meus problemas:

-Colocar o carro a trabalhar sem gastar muito dinheiro;

-Fazer isso antes das 15,30 h  uma vez que ia trabalhar;

-Acreditar que o carro no dia seguinte iria pegar quando o fosse entregar;

-Pedir a S. Pedro que não mandasse chuva, pois o limpa para brisas não funcionava e a chover o carro não podia sair;

- Conseguir trazer o carro novo inteiro até casa.

Como se não bastasse ainda me lembrei que da ultima vez que tinha andado com o carro ele tinha acendido a luz da reserva. A questão era se a gasolina daria para andar com o carro uns quilómetros até a bateria carregar e depois faze-lo chegar à bomba.

Pois, ontem para me deixar ainda mais ansiosa, nervosa e irritada o mecânico não apareceu. Felizmente que  o meu trabalho me impede de pensar nos problemas. Está explicado o meu estado de ontem e também deverão calcular o que o Miguel teve de ouvir quando falei com ele à noite. A noite foi péssima e além de ter sonhado que tinha trazido o carro novo aos soluços e que toda as pessoas olhavam para mim a gozar, o meu gato decidiu andar a brincar com a irmã gata e aterrou em cima da minha cara. Resultado um olho negro, inchado e cara arranhada.

Depois deste incidente já não consegui dormir mais(se se pode dizer que tenha dormido) e vou até à janela para ver o estado do tempo. Felizmente S. Pedro não mandou chuva. Menos um problema.

Telefono ao mecânico que me diz que dentro de meia hora está aqui. Assim foi. Cabos ligados, dou à chave e o carro trabalha. Ufa, menos um problema.

Ando vários quilómetros, sempre a olhar para a luz laranja da gasolina, ou melhor da falta dela e rezo que que chegue à bomba. Achei que os quilómetros que tinha feito eram suficientes para o carro não deixar de trabalhar. Claro que na bomba tive de o desligar e quando vou para me ir embora ele não pega. Mentalmente chamei tudo ao carro. O sr. da bomba prontificou-se a ir buscar os cabos para o por a trabalhar. Sabia que a única alternativa era, caso ele quisesse andar leva-lo directamente para o stand. Portanto nada de aspiração, nem de lavagem.

Assim foi. Felizmente o vendedor é porreirinho e não se importou do estado do carro. Afinal vai ser abatido. Castigo mais que merecido, depois de me ter infernizado a vida durante alguns anos e até ao ultimo segundo.

Faltava apenas fazer desaparecer a ultima dor de cabeça e diga-se não menos importante. Conduzir o carro até casa. Depois de uma explicação do vendedor lá cheguei a casa sã e salva assim como o belo carrinho. Sem soluços.

Confesso que nem olhei para o painel, que mais parece o da cabine do avião que o piloto mostrou .

Tudo correu bem e todas as ansiedade, medos, noites mal dormidas, com o Miguel foram desnecessárias. Espero que  a paciência dela não esgote, pois corro o risco de um dia me trocar por camelos (na melhor das hipóteses).

Sei que vos deixei ontem na expectativa, sem explicações e por isso sei que não mereço resposta, mas estou curiosa em saber a vossa opinião. É compreensível esta ansiedade? Os homens viriam as coisas tão negras como eu?

 

 

Preocupações, ansiedade, nervos é o estado actual da minha vida. 

A situação que me está a deixar assim será vista de forma diferente por homens e mulheres. Eles irão rir (tal como o Miguel ri, o que me deixa ainda mais furiosa) e elas acredito que se irão identificar e compreender.

Amanhã contarei o que me está a atormentar. Isto se a minha ansiedade não me matar.

 

Pela experiência que tive com o meu primeiro casamento e por alguns casos que conheço sou de opinião de que quando num relacionamento as discussões são constantes, onde o respeito deixa de existir, onde os objectivos de vida são diferentes e quando sabemos que não somos felizes nem conseguimos fazer feliz o nosso companheiro mais vale cada um seguir a sua vida. Sei também que não é um filho que vem salvar um relacionamento, muito pelo contrario, muitas vezes a criança é motivo de maior discórdia, discussão e afastamento (mesmo vivendo de baixo do mesmo teto). 

Este suposto "salvamento" vem na maioria das vezes da cabeça das mulheres que acham que têm o direito de engravidar mesmo contra a vontade do parceiro. Creio que todos nós ficamos chocados quando sabemos de casos de mulheres que engravidaram e os companheiros não quiseram assumir. Chocados por saber que a "coitada" vai ter de ir lutar em tribunal para que seja obrigado a assumir e que seja obrigado a dar a pensão de alimentos. Então e os homens que não querem ser pais? Os homens que informaram as companheiras que não querem ter filhos não têm direito de escolha?

Este tema veio-me à cabeça porque encontrei uma pessoa que há uns anos engravidou contra a vontade do companheiro.

Quando se conheceram já ele tinha 2 filhos de outro casamento. Iniciaram o relacionamento e rapidamente foram viver juntos. Ele uns 20 anos mais velho. Desde o inicio lhe disse que não queria ter mais filhos. Ela aceitou, embora por vezes lhe falasse em filhos. Ele continuava a manter o mesmo desejo. A relação atravessava uma fase complicada quando ela decidiu engravidar. Sim, ela achou que tinha o direito de ser mãe apesar do companheiro não querer. Deixou de tomar a pílula sem lhe dar conhecimento e passado uns meses dá-lhe a noticia que estava grávida. A primeira reacção dele foi pedir-lhe para abortar, coisa que ela negou. Se o relacionamento estava mau passou a ficar muito pior. Deixaram-se de falar apesar de viverem na mesma casa. É importante referir que ele já antes de a conhecer estava bem monetariamente e ela nunca quis trabalhar. Muitas vezes dizia que ele tinha dinheiro suficiente para a sustentar. Isto para dizer que apesar de engravidar contra a vontade dele nunca deixou de lhe dar dinheiro para o que ela precisasse. A criança nasceu e a coisa piorou. Ela dizia que não tinha tempo para lhe fazer a comida, pois tinha de cuidar da criança. Faltava também a ligação do pai à criança. Ela não lhe deixava pegar, pois dizia que era só dela, que ele não a tinha querido e que por ele tinha morrido. Acabaram por se separar. Ele foi viver para outra casa que tinha e ela continuou a ser sustentada por ele a viver no apartamento dele. Era frequente ela visitar-me ou eu visita-la, mas acabei por me afastar. As conversas eram sempre as mesmas e deixavam-me enervada. Dizia-me que o filho iria saber por ela que o pai lhe tinha pedido para o matar. A criança ainda não percebia nada, mas era frequente dizer-lhe "O teu pai não presta", "O teu pai não gosta de ti". Muitas vezes eu pedia-lhe para não falar assim, que deveria deixar a criança crescer e ser ela a decidir se queria o pai na sua vida ou não. 

Alguns meses mais tarde acabaram por voltar a viver juntos.Já passaram 7 anos. O pai adora o miúdo, o miúdo adora o pai, a mãe continua a falar mal do pai, ela continua a não quer trabalhar e achar que ele tem obrigação de a sustentar. Vivem juntos apenas pelo miúdo e continuam a ser infelizes.

 Achei este post muito interessante.

Pergunto eu: Tem a mulher mais direito a querer ser mãe do que o homem a não querer?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alguns dos que aqui passam sabem que a minha profissão é na área da Geriatria. Trabalho num Lar a cuidar de idosos. Também devo referir que adoro aquilo que faço e que continuo a achar, 9 anos depois, que esta profissão é a que me faz feliz. É verdade que tenho dias em que digo "mas porque raio escolhi esta profissão?", mas acho que em todas as profissões existem desses dias.

 Ainda no curso de geriatria e no inicio da minha profissão achava que tudo era melhor do que a morte.

Ultimamente temos ouvido  muito falar sobre o tema eutanásia. Até aqui nos blogs é um tema debatido aqui , aquiaqui , aqui , aqui , aqui , aquiaqui  . É um tema polémico e por isso não é de admirar tantas opiniões. Umas contra  e outras a favor.

 Foram muitos os casos que presenciei e que ajudei (e ajudo) a dar conforto enquanto o coração batia. Sim, nalguns casos apenas o coração bate, pois a fala e os movimentos deixaram de existir. Alguns durante anos. Conforto...às vezes tenho duvidas se este ou aquele utente está confortável, pois muitos não dão um sinal sequer. É verdade que tenho formação sobre os posicionamentos mais adequados, mas ainda assim algumas vezes é impossível não ter duvidas.  Depois há aquelas pessoas em que falam apenas com os olhos. E isso basta para ver o sofrimento em que se encontram. Os olhos em que eu quase posso jurar que muitas vezes dizem " eu quero acabar com o sofrimento".
 Poderia falar de alguns casos familiares em que as pessoas sofreram muito até morrerem, poderia falar de casos conhecidos de pessoas em que estão ou estiveram em estado vegetativo durante anos, mas vou apenas falar da minha experiencia profissional.

. Apesar de todo o conforto e todos os medicamentos para retirar as dores, muitos continuam a sofrer e muitos não têm qualidade de vida. É frustrante para um profissional de saúde (e não só) ver que nada mais podemos fazer. Apenas esperar que o coração deixe de bater e que o sofrimento acabe. Coisa que muitas vezes dura meses e anos.

Quando comecei a trabalhar no Lar já lá estava aquele que viria a ser a pessoa que mais me marcou até hoje e por quem passei a ter um carinho especial. Já se encontrava numa cadeira de rodas e necessitava de todos os cuidados básicos. A rigidez muscular fazia com que o seu corpo ficasse como uma tábua. A fala apesar de ir ficando afectada conseguíamos perceber o que dizia.O mau estar, as dores e a impaciência faziam com que estivesse constantemente a chamar. Era frequente chamara-nos para colocar a perna para a esquerda e logo a seguir para a direita. Muitas vezes eu diz-lhe a brincar " Oh sr. Q. qualquer dia despeço-me só para não o aturar". Ele ria-se e dizia-me " Joaninha não faça isso que você não consegue viver sem mim". Foram anos a piorar em que acabou numa cama a sofrer até ao ultimo suspiro, apesar de todas as tentativas para evitar as dores e todas as tentativas para lhe dar conforto. Muitas vezes ele dizia que queria morrer. Posso dizer que teve qualidade de vida? Não, não posso. 

Um dos últimos casos(muito recente) em que vi o sofrimento durante cerca de um ano, abalou-me e fez-me ter mais uma vez a certeza que a morte muitas vezes é o melhor. Uns dias antes de falecer fiz noite e cuidei dele. Vi o sofrimento estampado nos olhos, a pedir "ajudem-me". Agarrei-lhe na mão e chorei. Vim para casa com a certeza que aquilo não era viver. A família durante aquele ano, esteve sempre presente. Não houve um dia em que não estivessem ali. Não tenho duvidas que também ela sofreu por ver que aquele que amavam sofria, apesar de todas as tentativas para aliviar a dor. 

Perante casos do género em que a pessoa, quando está consciente manifesta o desejo de morrer, o desejo de acabar o sofrimento por não ter qualidade de vida será justo não dar o direito à escolha?

Se algum dia a eutanásia for aprovada que seja bem legislada. Não concordo que se vá ajudar a morrer todos os que assim desejam. Apenas em casos terminais em que nada haverá a fazer e que a pessoa esteja consciente quando toma a decisão 

Se eu conseguia por termo à vida de alguém, mesmo em grande sofrimento? Não, não teria, mas não condeno os médicos que o façam, tal como não condeno os que se recusem a faze-lo. 

Digo sim à liberdade de escolha.

 

Nota: Falei destes dois casos, apenas para dar conta do sofrimento e não como exemplos de que tenham pedido para lhe porem termo à vida se alguma vez estivessem sem qualidade de vida. 

 

Depois de alguns percalços relacionados com a chegada da mala no mesmo voo em que o Miguel vinha, lá o pude abraçar. Chegou com 5 horas de atraso, mas chegou bem e isso foi o mais importante.

Finalmente pude trincar o bolo que estava uma delicia e abrir as prendas. Adorei tudo o que me trouxe.

Sou uma sortuda.

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