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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Como fazer com que a pessoa que tanto amamos volte a desabafar connosco?

Como lhe mostramos que sabemos que não está bem, apensar de nos dizer que está tudo bem?

Como lhe mostramos que descobrimos coisas que nos magoam, sem ela própria ficar magoada?

Como seguimos em frente se não quiser falar?

Preciso tanto do meu "porto seguro"...

Não sou muito dada a vestidos ou sais por dois motivos, um porque tenho as pernas magras e outro porque tenho alergias aos collants (só de imaginar até estou arrepiada). Já experimentei de varias marcas e a coisa é quase sempre a mesma (uma coçeira desgraçada), embora o ano passado tenha comprado uns opacos e já os suportei com menos sofrimento.

Este ano apetece-me comprar um vestido que possa usar com uns collants opacos (seja o que deus quiser) e que fique bem com estes botins

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Alguma sugestão?

 

O Miguel fez anos no inicio de Setembro e inicialmente era para estarmos juntos, mas por motivos profissionais acabamos por estar juntos apenas umas semanas depois.

Comprei a prenda dele, que ficou aqui à espera da sua chegada, mas achei que lhe deveria mandar um miminho. Nunca lhe tinha mandado nada via CTT e não ia arriscar a mandar algo caro, portanto como experiencia mandei um postal.

Deixei passar uns dias e como o moço não falava no postal acabei por lhe perguntar. Não tinha chegado nada, mas ainda achámos que seria um atraso à marroquino. Quase 2 meses depois podemos dar como extraviado.

Espero não ter sido causadora de nenhum conflito familiar ou quem sabe de algum divorcio. Sim, se me aparecesse cá em casa um postal com uma imagem romântica e com a marca dos lábios marcados não ia gostar e tenho a certeza que muita coisa ia pelos ares.

 

Na possibilidade de ter tido outra vida antes desta não duvido que deva ter feito muito mal e que agora estou a pagar por isso. Se não vejamos, a grande maioria que aqui passa sabe que trabalho com idosos portanto não é de admira ter de mudar muitas fraldas, limpar muitos rabos e limpar muitos vomitados. Nada de anormal e nada que me faça diferença, mas se eu pudesse evitar estas tarefas não hesitava. A semana passada já que eu não tinha ido para a muda da fralda (tarefa estipulada a varias funcionarias depois do almoço dos velhotes) e apesar de ter outras tarefas importantes achei que devia ir mudar a fralda a uma utente que tinha acabado de chegar de uma consulta. Uma das colegas que estava estipulada para isso disse que iria lá, mas eu disse-lhe  "não te preocupes que eu vou lá". Somos uma equipa e acho que se nos ajudar-mos o trabalho torna-se mais fácil e o ambiente pode fica melhor. Armada em "Madre Teresa de Calcutá" lá vou eu e o que recebo em troca?

Uma fralda bem recheada de "bosta".  Não pude deixar de pensar " Quem te manda armares-te em santinha?".

Depois desta tarefa nada agradável fui arrumar roupa nos roupeiros. Quando entro num dos quartos apercebo-me que a D. L. estava na casa de banho e confesso que fui pé ante pé para ela não me ver. É pá não me apetecia nada ter de mexer novamente em "bosta".  Não valeu de nada o meu cuidado, pois ouço-a "Oh menina, Oh menina". Certo que poderia fazer que não tinha ouvido, mas não tive coragem e lá fui eu tratar dela. Mais uma fraldinha recheada.

Para justificar o meu pensamento inicial digo-vos que hoje apesar de estar de folga parece que estou a trabalhar. Os meus ricos gatinhos decidiram vomitar e lá tive eu que ir limpar a porcaria. Não pensem que foi só um, pois os dois decidiram que a dona não devia de estar esparrameirada no sofá muito tempo.

A minha vida é isto!

Para o pessoal que está preocupado com a minha saúde informo que já fui novamente ao otorrino e que parece que o pólipo das cordas vocais já deu ao slide. Já deu ele assim como os 100 euros que lá deixei. Sinto-me tão leve, especialmente da carteira.

Disse uns palavrões, ainda que mentalmente quando a funcionaria mos pediu. Há 15 dias tinha lá deixado 60.

 Ah, não escapei de o medico me fazer a Nasofibroscopia. Confesso que não foi tão difícil como eu pensei, embora não queira repetir. Sim, sim, pensei em fugir e ainda deitei umas lagrimazitas.

 

A conversa de ontem que deu tema a este post ainda me continua a fazer revirar os olhos. Por um lado irritei-me e continuo irritada com as baboseiras que ouvi, mas o pior foi ficar desiludida com alguém que adoro e que sempre admirei. Vi-a aquele homem como honesto, sério, respeitador e incapaz de trair a esposa, daqueles que punha as mãos no fogo sem hesitar.

A conversa surgiu quando falávamos da vinda a Portugal da tal pessoa para visitar os filhos.

Ela -Telefonou-nos para sabermos como estávamos e disse-nos que não tinha a certeza  se conseguia passar lá por casa, mas eu disse-lhe que entendia se não fosse, pois o tempo era curto e que primeiro estava a mulher e os filhos.

Bem, quando ela falou em "mulher" fiquei possessa. Foda-se (desculpem mas não tenho outra palavra melhor) estão separados há mais de 2 anos, ele tem vive com outra pessoa  e ainda consideram que a primeira é que é a mulher dele? É nestas situações que a minha teimosia, a minha arrogância e até alguma má educação aparecem.

Eu - Mulher? Mas ainda não tiveram tempo para colocar nessa vossa cabeça que ele escolheu outra pessoa? Se fez bem ou mal não nos cabe a nós dizer, apenas devemos respeitar a decisão...

Ele -  Não é casado com a outra portanto não é mulher dele.

Ai santíssimo sacramento o que eu tive de me controlar para não dizer umas caralhadas.

Eu - Mas com a primeira também nunca casou. Ah, então o tempo em que vivi com o Miguel antes de casarmos não o consideravam meu marido...

Ele - Isso é diferente...

Eu - Diferente? Vivi com ele 5 anos antes de casar...não estou a ver onde está a diferença.

Ela - Ele podia muito bem ter evitado o sofrimento dos filhos e da mulher. Fazia lá vida com a outra e quando vinha cá fazia a vida com esta e nada se sabia.

Eu nem queria acreditar no que estava a ouvir.

Eu - Espera, espera...então achas errado ele ter sido um homenzinho e ter falado a verdade? Era melhor viverem todos uma mentira?

Ele - Um homem tem as suas necessidades podia muito bem ter contratado uma prostituta e assim não destruía a família.

Eu - Ah, se fosse com uma prostituta não era traição?

Ele - O tempo que estive no estrangeiro sempre respeitei a família e apesar de ter tido oportunidade de ter um caso com outra mulher nunca o fiz e olha que a grande maioria deles que lá estavam tinham uma mulher lá e outra cá em Portugal.

Ela - Isso não é verdade porque tu envolveste-te com a outra...

Ele - Isso foi deferente dos outros, eu apenas arranjei uma prostituta 2 vezes e eles tinham mulheres com quem faziam vida.

Não queria  acreditar no que estava a ouvir...aquele homem que ao longo dos meus 47 anos nunca me tinha desiludido, aquele homem que eu tinha como referencia, aquele homem por quem eu colocava as mão no fogo tinha traído a minha mãe?

Eu - Tu o quê? Tiveste um caso? Traíste a minha mãe?

Ela - Não foi traição porque nunca nos abandonou e foi com uma prostituta...

Devo dizer que nunca ouvi palavrões lá em casa como tal apesar de eu os dizer não os digo à frente deles, mas naquele dia disse alguns.

Ele - É normal os homens procurarem mulheres da vida e eu quando cheguei a Portugal contei à tua mãe.

Não sabia se estava desiludida comigo por achar que nunca tinha traído a minha mãe ou se pela forma como eles os dois viam as "traições".

Eu - Com mil caralhos (pela cara deles ficaram em choque com as minhas palavras) não consigo ver diferença entre o que tu fizeste com a minha mãe e com o que o R. fez . Vendo bem as coisas, as mulheres que emigram ou que ficam no país delas também podem arranjar um prostituto e já não é traição...

Ele - Homens e mulheres são diferentes...

Ela - Antes queria morrer do que arranjar alguém. O teu pai foi e há-de ser o meu único homem.

Eu - Então quer dizer que se o Miguel arranjar uma prostituta para dar umas voltinhas lá em Marrocos, ou arranjar outra mulher para viver lá desde que não me deixe não há problema?

Antes de me poderem responder eu digo-lhes " Pois, metam na cabeça que se eu desconfiar de algo pego num avião e vou à procura da verdade e se eu descobrir que existiu traição seja com prostituta ou não, o Miguel vai com o caralhinho!

Continuo irritada com esta conversa e agora vou ali ao otorrino enervar-me mais um bocadinho.

 

 

 

 

Depois de uma conversa com um familiar sobre o podia ser considerado uma traição, o que não era traição, se se devia contar ao outro membro do casal a suposta traição,  se não se devia contar e que todos os homens que emigram envolvem-se sempre com alguém, fiquei com vontade de saber a vossa opinião. Vejamos o caso:

 Um casal toma a decisão de o membro masculino emigrar e passado alguns meses  conhece e envolve-se com uma mulher e conta à respectiva esposa que se apaixonou e decide separar-se.

a) Deveria manter os dois relacionamentos sem nenhuma delas saber, mantendo assim as aparências?

b) Fez bem em contar a verdade?

c) Deveria ter procurado uma prostituta, pois visto os homens terem as suas "necessidades"  procurando um serviço de prostituta não poderia ser considerado traição, mas necessidade de sexo?

d) Sendo prostituta ou não será sempre considerado traição?

e)Todos os homens que emigrem irão trair a esposa?

 

Ontem sai às 8 depois de uma noite de trabalho e como seria de prever a recomendação medica para não falar não foi seguida. Como resultado fiquei com uma rouquidão ainda maior e um peso na consciência.

Antes do turno acabar tive de fazer uma higiene a um utente que tem dificuldade em ouvir (como quase todos) e tudo o que falei com ele teve de ser em voz alta e repetidamente.

Daqui a pouco vou trabalhar, mas hoje não prometo que não vou abrir a boca. Já pensei em encher o corpo com post-it a informar que não posso falar, mas teriam de ser em tamanho XXL já que além de ouvirem mal também têm dificuldade em ver. Oh vida!