De regresso a Tanger optamos por vir por auto-estrada e aqui começam as situações caricatas.
Foram muitos os animais que vimos nos terrenos ao lado da auto-estrada, aqui nada de anormal seria se esses animais estivessem a pastar do lado de dentro da rede que serve para proteger o seu acesso, mas encontravam-se do lado de fora. Poderia dizer que algum deles tinha escapado, mas a quantidade era demasiada e em vários locais para ser esse o motivo.
Em Portugal é proibido os peões andarem na auto-estrada, pois aqui também poderá ser proibido, mas a verdade é que vimos imensas pessoas a caminhar.
De referir que as auto-estradas são muito boas e em nada ficam a trás das nossas.
Já fora desta via e quase a chegar a casa somos desviados pela policia devido a obras. A viagem foi feita junto à praia, o que fez com o transito fosse caótico.
A dada altura começo a ver a fila em que o Miguel estava a transformar-se em 3. Isto em estradas em mau estado, nada largas e com apenas uma faixa. Os carros que vinham de frente? Esses tinham de parar e desviarem-se se não queria bater. Eu ia tirando fotos à vista magnifica e aos inúmeros piqueniques que se viam juntos às vacas e ovelhas. Num desses momentos vejo um carro do lado direito e bem juntinho ao nosso. Estava a tentar ultrapassar-nos pela direita, como não conseguiu apitou varias vezes e num ápice ultrapassa-nos, desta vez pela esquerda, mas sem grande espaço para o fazer uma vez que vinham carros de frente.
Confesso que nunca ouvi tantos apitos como aqui em Marrocos.
Quando o transito ia a um bom ritmos vejo várias vacas a andar na estrada, um cavalo a correr feito louco (demasiado rápido para conseguir tirar foto), carros a pararem para se cumprimentarem e pessoas, muitas pessoas a atravessarem aquela grande avenida (certo que se não se aventurassem acabavam por passar ali o dia todo à espera).
Como se não bastasse de tanta loucura vejo algo que aqui daria carta fora. Já numa das avenidas principais com 3 faixas de cada lado separadas com traço continuo vejo uma motoreta com atrelado a fazer parar todo o transito para fazer inversão de marcha e passar as 6 faixas.
Confesso que estava ansiosa para chegar a casa, pois este transito e estas conduções deixam-me à beira de um ataque de nervos.
Apesar de toda esta loucura, apenas vimos um acidente, uma pequena batida que deu lugar a braços no ar e alguma discussão (imagino que com alguns palavrões).
Tenho pena de não ter fotos de todas as situações que descrevo, mas umas vezes aconteciam tão rápido que a minha maquina fotográfica não conseguia alcançar e outras era tão surreais que eu ficava de boca aberta a olhar.