Esta manhã sai do emprego e passei no hipermercado. Tinha umas compras para fazer e preferia faze-las antes de dormir do que ter de sair de casa depois.
Comprei o que tinha a comprar, aliás comprei mais do que tinha pensado, mas isso já vem sendo habito e vou para o carro. Chego perto e vejo um risco que não existia antes e penso " algum ranhoso avantajado não cabia e bateu com a porta". Carrego no comando e não abre. Insisto e nada. Meto a chaves na fechadura rodo para um lado, rodo para o outro e nada. Pensei "Ok vi-me livre do outro que me dava tantas chatices e agora é este que me vai infernizar a vida." Coincidência do caraças, mas no dia anterior eu e o Miguel tínhamos estado a falar do carro e ele tinha-me perguntado se a porta fechava bem. A brincar tinha-lhe dito que nem que fosse a pontapé ela iria fechar. E agora não abria?
Além de fazer contas à vida pensava no que iria fazer. A única alternativa era chamar o homem das chaves. Já via euros a sair da carteira quando vejo um homem ao meu lado a dizer-me "desculpe". Felizmente antes de eu lhe dizer "deixe-me em paz" o homem diz-me "esse carro é meu."
Por momentos achei que o homem estava louco...o carro é meu? Só podia estar parvo. De repente olho para dentro do carro e vejo que está mais sujo do que quando sai de dentro dele. Olho para o lado e vejo um igualzinho ao meu. Ai santíssimo sacramento que se eu tivesse um buraco tinha-me atirado lá para dentro.
O homem sorria e eu com cara de parva pedia desculpa e dizia "oh, ali está o meu".
Acredito que haja pessoas internadas com mais lucidez que a minha.
Não te ponhas a pau, Joana que por este andar ainda és internada no Júlio de Matos.