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Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Marrocos e o destino

A ida do maridão para Marrocos trouxe muitos imprevistos, peripécias, aventura e muitas saudades. É aqui que irei tentar "expulsar" os medos, as tristezas, as alegrias e as saudades.

Uma colega perguntou-me se eu tinha ouvido falar do caso da criança de 12 anos que ficou grávida do padrasto. Confirmei que tinha ouvido falar e que na minha opinião compreendia que ela ficasse traumatizada fazendo um aborto, mas que achava que o trauma de ter a criança fosse maior. O que me disse a seguir deixou-me sem saber o que dizer.

-A minha filha também foi mãe aos 12 anos e não ficou traumatizada.

-A serio? Foi mãe aos 12? Tu estás a falar a serio?

Confesso que fiquei em choque. -

-Estou a falar a serio e não ficou traumatizada...

-Mas foi violada?

-Não, mas o namorado tinha 23 anos.

O facto de ter 12 anos e ficar grávida já é assustador, mas sendo violada ainda torna a situação bem mais grave e traumatizante. Certo que o feto não tem culpa, mas a mãe também não.

O meu choque ia aumentando enquanto me contava a historia da filha e a forma natural como falava daquilo ainda me deixava mais em choque.

Para me deixar ainda mais "abananada" diz-me " e qualquer dia sou bisavó. Arregalei os olhos " bisavó? Mas o teu neto trabalha?"

A conversa que se seguiu deixou-me a pensar se sou eu que estou louca ou se será ela.

-Não, ainda estuda...

-Ainda estuda? E achas que devia de ser pai?

-Então já tem 17 anos.

-17 anos, sem trabalho, mas quem o ia sustentar?

-Então tudo se arranja...

-Tu não podes estar boa da cabeça. Tu ficavas feliz se o teu neto fosse pai agora?

-Era uma historia bonita...

Como é que uma pessoa que vive com o rendimento mínimo e que precisa de ir buscar comida à cantina social pode achar natural uma criança de 12 anos ser mãe e um jovem de 17 anos sem emprego ser pai?

Digam-me sou eu que estou errada ou esta minha colega enlouqueceu?

 

Preciso urgentemente de uma táctica para dar os comprimidos ao meu gato.

Já lhos coloquei no patê e come à volta e deixa o comprimido, depois tentei enfia-los na boca à força e consegui varios muitos arranhões nos braços e nas pernas.

Portanto antes que tenha de ir para as urgências levar pontos e entrapar os braços peço-vos ideias infalíveis para o concretizar.

Quanto à recuperação do Snoo...a tristeza e apatia dele está a deixar-me de coração partido.

 

Ontem foi um dia complicado, um dia com muita ansiedade, medo, choro e alivio.

Quando deixei o Snoo na clínica veterinária sai de lá com lágrimas nos olhos, não o queria deixar sozinho, além de ter medo  que algo de mau acontecesse com a cirurgia. 9 horas depois fui busca-lo e não consegui evitar o choro quando o vi. Ali estava ele com menos uma orelhita, tristonho e com uma carita estranha. Sai de lá com a carteira vazia, sim porque pagar 237 euros faz-nos abanar um pouco, mas aliviada por saber que o meu gatito vai viver com qualidade de vida e livre daquela doença.

Agora é dar tempo para se recompor e vê-lo a correr pela casa com as suas maluqueiras.

Obrigado a todos que mostram preocupação.

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Sem ser vidente prevejo um inicio de semana complicado. Inicio de semana? Parece-me que para quem ainda vai fazer noite hoje e que amanhã e terça tem folga poderei dizer que vou gozar o fim de semana. Quando digo complicada refiro-me a muita ansiedade e stress. Amanhã depois de 10 horas de trabalho irei levar o meu gato Snoo para ser visto pelo veterinário cirurgião.

Como referi aqui http://marrocoseodestino.blogs.sapo.pt/cancro-cortar-o-mal-pela-raiz-25865 a orelhita do Snoo tem piorado e a semana passada levei-o à clínica veterinária aqui da cidade que ao observa-lo aconselhou-me leva-lo a outra das clínicas do grupo, mas que tem cirurgião.  Irá ser avaliado devido à idade e a alguma doença que poderá levar ao impedimento da amputação.

Caso tenha de lá ficar sozinho irei ficar de rastos, mas vir para casa sem ser tratado e ter a certeza que vai piorar também não me fará sentir melhor. 

Amanhã serei uma "mãe" com o coração apertadinho.

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Certo que este país não nos dá segurança, não nos faz acreditar num futuro melhor, não nos dá a tranquilidade que ansiamos, que nos faz pensar (e fazer) em abandona-lo, que nos faz ter medo do futuro dos nossos filhos, mas dizer que devíamos voltar atrás no tempo para o antes do 25 de Abril de 1974 deixa-me doida.

Ontem ao ouvir uma conversa entre duas pessoas, que andariam à roda dos 60 anos tive de me controlar para não lhes perguntar:

-Têm a certeza que preferiam voltar para o tempo de Salazar?

-Aquele tempo em que não podiam abrir a boca para falar de nada sem ter medo da Pide?

-Aquele tempo em que não podiam estar com a conversa que estavam agora?

-Aquele tempo em que as pessoas tinham de dividir uma sardinha para 3 ou 4?

-Aquele tempo em que as crianças saiam da escolas (as que podiam ir) aos 7/8 anos para irem trabalhar?

-Aquele tempo em que não havia dinheiro para calçado e andavam descalços?

Muitas mais perguntar poderia fazer, não que tivesse sentido na pele o que era viver nesse tempo, mas recordo muitas das conversas das minhas avós e dos meus pais e é por isso que ainda que este país nos faça desanimar e que nos faça afastar de quem amamos eu não gostaria de voltar atrás no tempo.

 

A semana passada fui contactada pelos senhores da NOS www.nos.pt/

para darem-me a conhecer que poderia incluir o serviço de telemóvel no pacote que já tinha e que não pagaria mais por isso. Quis saber qual o motivo da oferta uma vez que poderia fazer chamadas nacionais para todas as redes e não estava a ver o que ganhariam eles com isso. Foi-me explicado que ganhariam a fidelização do cliente por mais 24 meses. Agradava-me não ter de pagar para telefonar e assim poupava o carregamento que fazia todos os meses à outra rede, mas havia uma situação que me fazia não aderir. Expliquei ao funcionário que não sabia se ficaria cá em Portugal, uma vez que o maridão estava a viver noutro país e nesse caso 24 meses era muito tempo para ficar "agarrada". Atenciosamente explicou-me que a mudança de residência para outro pais dava direito a poder anular o contrato sem prejuízo para mim. Voltei a insistir se seria mesmo assim e voltou a confirmar. Ora fazendo as contas pouparia cerca de 15 euros mensais, não é nenhuma fortuna mas dava jeito.

Explicou-me também que poderia ficar com o mesmo número de telemóvel e que iriam enviar o contrato, que poderia enviar a copia através dos CTT ou ir até uma loja NOS.

Há dois dias chegou tudo, mas olhando para o contrato não me agradou, pois encontrava-se em branco os espaços das adesões. Não podia assinar algo que se encontrava em branco e que poderia ser preenchido depois. Dirigi-me à loja e pedia ajuda à funcionaria sobre o que deveria preencher, sem referir o meu receio e ela diz-me " não preencha nada e não envie, pois os serviços adquiridos vêm em branco. Já é o segundo caso que me aparece aqui hoje."

Afinal a minha duvida fazia sentido. Quanto à questão de poder anular em caso de ir para outro país também fiz essa pergunta e a moça deu-me uma resposta que me deixou de pé atrás " há casos que dá outros não?"

-Que casos dão e que casos não dão?

-Não lhe sei especificar, mas tenho conhecimento de pessoas que conseguiram e outras não. O melhor é ir-se informar na loja oficial.

Hum, cheira-me que se vai passar algo como aconteceu aqui http://marrocoseodestino.blogs.sapo.pt/quando-os-pais-passam-a-ser-nossos-15462

Em caso de problemas espero que a gravação da conversa aquando da adesão sirva par alguma coisa

 

 

Não me recordo do meu primeiro livro, recordo-me que tinha vários da Anita, mas aquele que marco como o primeiro livro foi este

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A oferta foi feita no meu aniversário e asseguro-vos que ele foi muito mais importante e inesquecível do que a festa, os bolos e as brincadeiras. Nem eu nem as minha amigas alguma vez tínhamos visto um livro que falasse de educação sexual.Portanto não é de admirar que aquela prenda, oferecida por uma tia enfermeira tivesse sido o centro das atenções. Atenções essas que se prolongaram por vários meses. Todas quiseram ler o livro(sem as mães saberem).

Até casar eu lia com alguma frequência, mas depois deixei de o fazer. O pouco dinheiro que nos sobrava, depois das contas pagas não podia ser para livros. Se o fizesse seria mais um motivo de discussão entre mim e ele. Não era dado a leituras, aliás chegava a dizer que as leituras faziam mal às mulheres, que as deixavam no munda da lua e que as faziam criar um mundo que não era real. Provavelmente se nessa altura tivesse lido a minha vida (nos 11 anos que passei com ele) teria tido momentos mais relaxantes, menos tensos, menos angustiantes e menos solitários.

Depois desta fase menos boa e desde há 16 anos que a decoração da minha casa inclui livros, muitos livros. Se na altura foram motivo de discussão, com o actual maridão são motivos de conversa, de partilha e de prazer...

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Hoje falo-vos do cancro, esta doença maldita que só o nome faz arrepiar. Felizmente não me refiro à minha família, ainda que não me deixe de preocupar e de me deixar triste, refiro-me ao meu meu gato Snoo.

Este felino

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magnifico está connosco há 11 anos e nesses 11 anos já sofreu bastante e já nos fez sofrer a nós. Há cerca de 7 anos apareceu-lhe uma pequena ferida numa das orelhas, na altura pensámos que se tinha metido em alguma briga, pois como vivíamos numa moradia o gato ia para onde queria e era frequente vir arranhado. A coisa foi piorando e acabámos por ir ao veterinário. Diagnostico: cancro de pele. Segundo ficamos a saber esta é uma doença muito comum nos gatos brancos. O pêlo claro não o protege do sol o faz aumentar as probabilidades de vir a ganhar esta doença.

A única solução foi a cirurgia para amputar a orelha. Apesar da veterinária aconselhar a amputação das duas não o fizemos, pois achávamos que ele iria sofrer muito. Hoje sei que erramos ao tomar essa decisão e não ter cortado o mal pela raiz. Sei que certamente o terá de voltar a fazer.

Provavelmente esta situação seria evitada se o tivesse protegido do sol, mas seria o meu gato um gato feliz?

Tenho 3 hipóteses e não sei o que decidir.

1- Mandar amputar a outra orelha e vê-lo passar novamente pelo doloroso processo da recuperação, além de o sujeitar a uma 4ª anestesia e todos os seus riscos?

2- Deixa-lo viver a vida feliz, incluindo deixa-lo passar tempo ao sol (não adianta colocar protector solar, pois retira-o com as patas)?

3- manter todas as janelas com as persianas fechadas para não entrar sol e passar todo o tempo a ouvi-lo miar para lhas abrir?

Embora esta seja um cirurgia cara ( da primeira orelha pagámos 150 euros e já lá vão vários anos), não é isso que está em causa, apenas queria tomar a melhor decisão para o meu gato.

Quem não gosta de animais não irá entender que eu não tenha dado 250 euros para me fazerem a endoscopia com anestesia (e que me custou horrores) e que agora não me custe desembolsar esse valor (provavelmente mais) para salvar o meu Snoo.

 

Ultimamente surgiu-me no pensamento que devo ter algum tipo de fetiches por pés, os meus pés, diga-se. Este pensamento vem no seguimento de algumas situações humilhantes e caricatas relacionadas com esta parte do corpo.

A cena aqui http://marrocoseodestino.blogs.sapo.pt/desta-vez-nao-foram-os-ciumes-mas-o-20921 explicada teve a ver com pés, depois recordei-me que há uns anos sai de casa toda bem vestida e fui até ao banco fazer um deposito. Já lá estava há bastante tempo quando olho para os meus pés...os meus olhos arregalaram-se e a minha cara ficou vermelha como um tomate (bem maduro). Então não é que eu tinha calçado uns chinelos velhos de andar no pátio e que estavam todos roídos do meu gato? 

Sai de lá rapidamente não fosse alguém achar que estava perante uma louca acabada de sair do manicómio e chamasse a policia.

A outra situação não menos humilhante passou-se num café.

O maridão tinha um jogo de snooker e eu vesti-me impecavelmente para o acompanhar. O local não era nenhum café que costumasse frequentar, por isso apenas conversava com o maridão nos intervalos dos jogos. Depois de algumas horas de jogo chegamos a casa e a primeira coisa que fiz foi descalçar-me. Como tinha um roupeiro na entrada era ali que guardava-mos o calçado. A primeira bota já a tinha descalçado e lançado para dentro do roupeiro (confesso que não era muito arrumadinha no calçado)  quando pego na segunda e penso "oh diabo esta bota não é igual á outra".

É como muita vergonha que vos informo que sai de casa com duas botas completamente diferentes. Uma em pele, bicuda e salto fininho, a outra em camurça, redonda na frente e com salto mais grossinho. Apenas a altura era a mesma, para meu azar.

Devo dizer que nunca mais lá entrei, tal é a vergonha. Parece-me impossível que ninguém tenha reparado na minha triste figurinha.

Perante estas situações pergunto-me a mim mesma se terei realmente um fetiche pelos meus pés ou se o meu estado de loucura se começa a manifestar e necessito mesmo de internamento? 

 

 

 

Quando li este post  http://stoneartportugal.blogs.sapo.pt/parvoeiras-3-no-multibanco-158592  desta menina Magda L Pais recordei-me de algumas situações um pouco stressante e constrangedoras.

Um dia eu e o maridão fomos levantar dinheiro, ou melhor fomos para ir levantar dinheiro no multibanco. Depois de marcar o código accionamos a tecla dos levantamentos, digitamos 200 euros, uns segundos à espera e sai o cartão. Olhamos um para o outro, olhamos para a maquina à espera que o dinheiro saísse e nada. Depois de esperar algum tempo e sentir os olhares fuzilantes das pessoas que estavam na fila resolvemos  afastarmo-nos e esperar que a pessoa depois de nós utilizasse a maquina.

O fulano fez as operações que quis e no final sai uma carradona de notas. A primeira coisa que nos veio à cabeça foi que parte daquelas notas seriam nossas, afinal o nosso dinheiro não tinha saído e nem nenhuma mensagem no écran. Dirigimo-nos ao fulano e perguntamos se aquela quantia era a que tinha levantado. Azar do caraças, o homem falava alemão. Ele tentava perceber o que falávamos, nós tentávamos fazermo-nos perceber e na fila não havia ninguém que falasse alemão. Já tínhamos explicado às pessoas o que nos tinha acontecido e algumas eram da opinião que aquele dinheiro seria nosso. Felizmente passou uma pessoa que percebia a lingua e lá falou com o fulano a explicar-lhe o nosso receio. No final mostrou o papel do multibanco em que provava que quantia era toda dele.

Mesmo assim só ficámos descansados quando metemos novamente o cartão na maquina para pedir os movimentos e vimos que a quantia dos 200 euros tinha saído e depois tinha entrado novamente na nossa conta.

Outra das situações relacionado com o multibanco foi à relativamente pouco tempo. Fui ao Continente e como precisava de levantar dinheiro para pagar a renda (infelizmente a imobiliária apenas recebe em dinheiro ou cheque) aproveitei e fiz-lo ali. Como a quantia que eu necessitava era superior ao que a maquina permite levantar tive de o fazer por duas vezes. Levantei 200 euros, coloquei novamente o cartão para levantar o restante e enquanto a maquina trabalhava eu contei o dinheiro. Como estava certinho e tinha uma pessoa à espera para utilizar o multibanco achei que não valia a pena contar o resto e fui até ao balcão das informações. Enquanto esperava para ser atendida vem um senhor ter comigo e pergunta-me " a menina (gosto tanto que me chamem menina) levantou dinheiro?"

Fiquei admirada com a pergunta e em espaço de segundos pensei "mas porque raio quer saber se levantei dinheiro?"

-Sim levantei.

-Então estes 40 euros são seus.

Tinham ficado presos na maquina.

Tive sorte de encontrar uma pessoa honesta e tive sorte de não me ir embora e ficar no balcão das informações.

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